Viajando aprendemos bastante sobre o lugar de onde viemos e fazemos muitos amigos (inclusive outros viajantes), o que nos estimula a seguir viagem rumo a suas cidades para conhecê-las. O problema é que não podemos nos demorar, mas quando voltamos às nossas casas, temos mais motivos para rever estes amigos, assim, passamos a trabalhar em novos roteiros de viagens e nos lançamos com mais energia em todos os nossos demais projetos. - Alberto Jr.

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Testando equipamentos 2

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Todo aventureiro quando resolve partir numa viagem, precisa além de um roteiro básico de viagem, uma lista de equipamentos, que a depender da atividade a ser realizada, irá demandar materiais mais ou menos espcíficos (técnicos), como é o caso de uma simples caminhada, ou trilha com pernoite, necessidade de fazer comida, escalada, etc... Da mesma forma, os "equipos" irão variar de acordo com a necessidade de estar ou não preparado para condições adversas, como clima, chuva, falta de luz, necessidade de fazer fogo, primeiros socorros, etc... Claro que também é uma opção se expor às estas adversidades, quando se escolhe viajar mais leve, ou seja, com bom senso, deixar de levar aqueles equipamentos que possivelmente não serão tão necessários, e ainda, se for o caso, alugar tais equipamentos nas lojas mais próximas aos locais das atividades. No geral conta a seguinte lição: cada um escolhe quanto de peso quer carregar...
Vou tentar aqui expor um pouco da minha experiência e opinião sobre os equipamentos que já tive a oportunidade de testar, o que talvez ajude àqueles que estão se iniciando no assunto:

Barraca: Ainda quando era estudante, comprei uma barraca de mercado, no caso, disponível na antiga Mesbla (em mil novecentos e guaraná de rolha, ou seja, na época em que até o arco-íris era em preto e branco).


Era uma Capri, modelo Delta 3 que possuí durante muito tempo sem sequer ter feito um acampamento, por não ter os demais equipamentos básicos. Apesar disso foi montada diversas vezes como em um São João em Amargosa/BA, que foi quando aprendi que barracas haviam sido feitas para serem estaqueadas (processo de ancoragem), pois meus amigos haviam me chamado para dar "uma volta" e quando voltamos a barraca estava toda desmontada em frente á casa do meu amigo, pois o vento a teria levado embora se não tivesse sido resgatada pelos vizinhos. Não sei nem como foi que a danada não rasgou nos arames-farrpados que cercavam aquela pracinha...
Alguns anos mais tarde realmente comecei a utilizá-la e, ao final de 2006 ela se mostrou ineficiente no quesito chuva tropical com fortes ventos, o que é muito normal no nosso litoral nordestino durante o verão. Este episódio ficou marcado na história das minhas expedições, pois foi quando prometi que teria sido o primeiro e único dia (ou melhor, noite) que tinha dormido mal, por conta da necessidade de tirar a água que infiltrava para dentro da barraca. Pra agravar a situação, tinha cometido um erro básico, havia montado a barraca sobre uma lona plástica preta, que serviu para empoçar água que terminava infiltrando por baixo também. Foi então que solucionei provisoriamente os dois problemas: reposicionei a lona por sobre a barraca, dando-a um visual bem "coió", e assim, as noites seguintes foram de sono solto, com o inconveniente de que os dias passaram a ser infernais, pois aquilo parecia um forno. Claro que àquela altura do campeonato uma barraca nova já estava como prioridade número "zero" no meu diário de bordo.


No início de 2007 adquiri uma Super Esquilo II/III da Trilhas & Rumos, que se mostrou uma ótima barraca levando em consideração a relação custo-benefício, contando com uma resistência às chuvas e ventos, corpo interno telado e sobre-teto, com avancê espaçoso e porta dupla. Esta barraca se apresentou bastante eficiente em alguns acampamentos que fiz  pela Chapada Diamantina e os únicos pontos negativos que observei o peso de 3,5-3,7kg e que o recorte do sobre-teto era imperfeito o que não permitia mantê-lo esticado após a montagem. Esta barraca está em perfeito funcionamento, apesar de não estar comigo.

Pensando nos projetos de viagens pelo litoral brasileiro, pela patagônia  argentina e chilena e também pelos Andes voltei a pesquisar uma barraca que pudesse me atender e depois de alguns meses cheguei à solução chamada MANASLU. Como o fabricante me esclareceu que necessitava de uma barraca para o clima quente brasileiro e outra para o clima frio do sul da América do Sul e pros Andes, então encomendei em abril o modelo  Discovery LIght (modelo mais barato, arejada e consequentemente mais leve) e em maio o fabricante me informou que havia desenvolvido um modelo misto a  partir da Discovery Mountain (modelo mais caro, quente e consequentemente mais pesado), mas com algumas modificações para atender ao clima brasileiro. No início de junho recebi minha tão sonhada Manaslu, que simplesmente superou todas minhas expectativas. Com 3,2kg ela é toda feita à mão, impermeável, com avancê, porta dupla e armação em duralumínio. Internamente ela ainda conta com vários bolsos internos, prateleiras e passadores para prender lanternas, varais, etc., muito úteis no dia-a-dia. Este é sem dúvida o melhor fabricante nacional. No início de junho fiz o primeiro teste no sertão baiano, conforme o post Moto Camping Caldas do Jorro. Posteriormente fiz uma viagem  de duas semanas pelo litoral nordestino de moto, desde Salvador até Genipabú/RN, acampando todos os dias, conforme post Nordeste-Moto-Camping.

Calçados: pra começar, qualquer calçado usado serve para se aventurar por aí, o que importa é o conforto e nunca usar algo novo, pois não está amaciado, e pode fazer a diferença entre uma boa caminhada e um calvário com pés esfolados!! Bem, nunca passei por isso porque sempre utilizo bastante meus calçados antes de colocá-los nas trilhas. Vale também lembrar que é necessário uma especial atenção às meias também (ver no sub-item vestimentas, mais abaixo).


Minha preferência é "casar" um par de sandálias com um bom par de botas. Não é necessário tanta atenção à qualidade das sandálias, apenas que, usando alguns dias antecipadamente, seus pés já estarão habituados a elas, principalmente porque a junção central que enfiamos nos dedos às vezes vem com uma saliência na borracha que termina ferindo os pés, mas isto é facilmente resolvido com uma lixa de unhas ou mesmo com um canivete. Boas sandálias são encontradas em qualquer canto do mundo, mas se sua prefrência for pelas marca brasileira Havaianas, vai sair muito caro comprá-las no extrangeiro.


Algumas vezes substituo as havaianas por um par de papetes e neste caso, a melhor marca é a TEVA, mas infelizmente não são ainda encontradas nas lojas brasileiras. Apenas é possível comprá-las pela internet em lojas extrangeiras como ebay e amazon e ficar sujeito a uma possível cobrança de taxas de importação pela Receita Federal, o que na prática pode até dobrar o valor final do produto ao chegar no Brasil. A TEVA dispõe de uma infinidade de modelos de papetes (e diversos outros tipos de calçados!). Há uma papete que dispõe até de uma biqueira, para proteção dos dedos no caso de tocos ou mesmo de galhos soltos na trilha e que podem ferir seriamente esta parte tão importante de um mochileiro.


Dentre as marcas que são facilmente encontradas no mercado interno brasileiro, a melhor opção de papetes para atividades ao ar livre é a Timberland.


Estou testando desde novembro de 2009 um par do modelo Nekkol que tem se mostrado bastante resistente a diferentes tipos de terrenos, sendo que elas foram bastante utilizadas no mochilão que fiz em janeiro pela América do Sul. Com cinco pontos fixos e solado bastante aderente, fechamento feito por velcro, bastante prático, mas que com o tempo vai ficando "relaxado", resultando na sua ocasional abertura acidental. Para evitar este tipo de problema, vale à pena investir num par que tenha o sistema de fechamento feito por presilhas, como é o caso dos modelos River Dog (também da Timberland).


Observei que muito recentemente outras marcas internacionalmente reconhecidas pela qualidade, como Bull Terrier, Lafuma e Salomon começaram a ser distribuídas pela Arco e Flecha.

Botas: As primeiras botas que tive, ainda na época de estudante foram Weast Coast. Tive dois pares que quebravam o galho, mas eram muito simples e sem muita técnica (e porque não dizer, meio toscas??), além de que não eram impermeáveis e já tive problemas com descolamento de solados de algumas que tiveram de ser trocadas, enfim, ficaram para trás.


Posteriormente experimentei botas Timberland, ou melhor o velho modelo tradicional White Ledge, e para mim (estudante duro) era o calçado para todas ocasiões (trilhas, excursões de campo de geologia, sair com os amigos, ir ao cinema com aquela gata, formaturas, casamentos, etc...). Até mesmo depois de formado ainda a utilizei por um ano. Hoje, 5 anos depois, elas ainda funcionam mas estão empoeirando em cima do armário. São botas que se mostraram muito superiores em qualidade em relação às da Weast Coast, principalmente por serem mais leves, macias e confortáveis, sem contar que levam mais tempo para absoeverem água. De qualquer forma, geralmente consideramos as Timberland como botas de shopping (pois se colocar em trilha pesada, correm sério risco de estourarem).


Na sequência, experimentei a Snake, modelos Trilogia II e Alpinist, que além de serem nacionais, são confortáveis, impermeáveis, não dão chulé (pé de atleta), tem solado Vibram de alta resistência e com garantia vitalícia, sendo que a fábrica cobra um valor irrisório para a troca do mesmo, caso o proprietário as esgotem. Fiquei um pouco cheteado quando contactei a fábrica contando de um problema com a forração interna que havia sido deteriorada e precisava de reparos, bem como os cadarços que estavam gastos, o fabricante me solicitou umas fotos e depois me autorizou enviálas para fazer o serviço e para minha surpresa devolveram sem ralizar nenhum dos dois serviços e apenas fizeram a revulcanização das botas... Entrei em contato com eles e me disseram que não faziam aquele tipo de manutenção, então deixei o assunto pra lá... De qualquer forma a Trilogia II é fantástica, principalmente por ter proteção frontal (biqueira) e me atendeu muito bem em diversas situações de trilha pesada. O mesmo para a Alpinist, que tem as mesmas qualidades da Trilogia II, com o detalhe de não ter biqueira, de forma que o couro fica exposto na parte frontal e vai ser machucado ou cortado caso hajam tocos na trilha. Tive o dessabor de entrar uma vez com elas numa picada no norte da Bahia, e como haviam tocos pra chuchu, ambos os pés tiveram o couro machucado. Tudo bem, suas botas não estarão perfeitas por toda a vida. A Alpinist foi a única bota que levei no primeiro mochilão que realizei na vida, entre o final do ano de 2009 e fevereiro de 2010, tendo aguentado perfeitamente os diferentes tipos de terrenos Brasileiros, Bolivianos, Peruanos, Chilenos e Argentinos. Destaque vai para os 4 dias da trilha inca para Machu Picchu, quando inclusive tomei as chuvas torrenciais que castigaram toda a trilha e que foram responsáveis pela tragédia, isolamento e resgate aéreo de uma série de aventureiros que estavam na região do Vale Sagrado no início de 2010.


No momento, estou amaciando um par de botas Salomon, que comprei em fevereiro deste ano em Buenos Aires (ARG). Elas são impermeáveis, com Gore Tex, que é basicamente um sistema que permite a transpiração mas que impede a entrada da água. Os principais pontos positivos é que são as botas mais macias, confortáveis e mais arejadas que já tive na vida, além de que o cano "abraça" perfeitamente o calcanhá e tornozelo , dando uma precisão incrível e segurança em todas as atividades. Se levar em consideração os materiais utilizados na sua fabricação você vai observar que é a bota mais leve dentre as que se propõe à mesma finalidade. Finalmente, costumamos dizer que as botas Salomon estão pras atividades ao ar livre da mesma forma que as Ferraris estão pras pistas!! Minha única reclamação até agora é que não são nacionais... E é por isso que já estão nos planos conhecer e testar um par de botas Nômade logo logo!!!

Bastões de caminhada: Este é sem dúvida, um dos pontos que menos se dá importância na trilha, talvez pela falta de conhecimento no assunto ou mesmo pelo pré-conceito. Entre os brasileiros a coisa não é diferente, o uso dos bastões de caminhada é muito pouco difundido e quase inexistente.


Todo aventureiro tem de cuidar muito bem dos seus joelhos e vale à pena lembrar do conceito de pressão (relação força/área), e que na prática, utilizar mais um ou dois pontos de apoio por si só já contribui para aliviar o esforço físico sobre esta parte tão importante do nosso corpo. Além disso, o uso de bastões de caminhada nos proporciona mais pontos fixos de apoio, tornando não só mais fácil se apoiar no terreno como dificultando as chances de um tombo e consequentes contusões caso um dos pés escorreguem (o que acontece frequentemente na trilha em dias chuvosos).


Pensando nos meus joelhos que às vezes "reclamam" após uma atividade mais pesada, adquiri em novembro de 2009 um par de bastões Ultra Alumínio da Azteq, pesando cerca de 335g, com sistema de amortecimento, manopla anatômica com tira de segurança pra prender nos punhos,  ponteira de aço, protetores de ponteira emborrachados e discos para usos em diversos tipos de terrenos. Perdi as contas de quantas vezes estes bastões me salvaram de grandes tombos durante a trilha inca de 4 dias, principalmente porque no período em que fui (janeiro de 2010) estava muito escorregadio por conta das fortes chuvas que foram responsáveis pelos deslisamentos de terra e isolamento de centenas de aventureiros (inclusive brasileiros) no Vale Sagrado naquele período. Tenho certeza que, se não estivesse utilizando os bastões, teria me machucado feio na caminhada pois estava também carregando o peso da minha mochila e aquilo certamente iria impossibilitar a continuidade daquela atividade.


Mochilas: Este item diz respeito à casa do mochileiro, onde ele carrega tudo que precisa pra viagem (ou vida) de forma independente por aí. Existem diversos tipos de mochilas separadas em categorias como uso diário, de hidratação, técnicas e cargueiras, dentre outras. É extremamente importante escolher uma boa mochila bem como aprender arrumá-la, distribuindo seu peso, e isto envolve conceitos físicos de densidade e centro de massa. É importante colocar os objetos mais densos próximo ao costado da mochila, e consequentemente, junto ao corpo do mochileiro.



Minha primeira mochila foi uma Coleman 25 litros, que nunca se acabou, apenas sofreu desgaste normal e com 12 anos de uso, ainda funciona bem e me serve em algumas atividades esporádicas de campo.  Pena que a Coleman hoje está mais restrita no mercado de importados. Posteriormente, em 2004 conheci a Curtlo, marca brasileira e foi paixão à primeira vista, já perdi as contas de quantos produtos desta marca tenho em casa hoje.
Com relação à mochilas, tenho cargueiras modelos Mountaineer de 75+15 litros, 50+15litros, Extreme 25 litros, Jump 25 litros, Outlander 35 litros. Tive também a oportunidade de experimentar a Highlander 50+10litros. No tocante às cargueiras, todas são fantásticas, leves, ultra-resistentes, com barrigueira, armação em alumínio, uma série de ajustes,  inclusive o de coluna, possibilitando o uso por homens e mulheres de todas as estaturas. As minhas preferidas são os modelos Mountaineer, e a que mais utilizo nas expedições atuais é a 50+15litros.


Sacos de dormir e Isolantes térmicos: responsáveis pelo descanso do aventureiro, sendo que o primeiro é responsável pela proteção térmica, enquanto o segundo corresponde a um fino colchão e impedindo a troca e roubo térmico entre o chão frio e o corpo do aventureiro. Ainda tenho meu primiMeu pri Já possui um sa


Cantis e reservatórios para água: Item sem o qual não haverá uma expedição. Existem diversos tipos de cantis e fica a seu critério. Já tive a oportunidade de testar cantis rígidos como os da Trilhas & Rumos, flexíveis como o Cantil Espanhol da Coghlans e os reservatórios da Trilhas & Rumos para mochilas tipo Camel Back. Um cantil rígido apresenta a vantagem de não deixar "gosto" na água mas tem o inconveniente de ser um volume a mais na mochila e exceto pelas garrafas inquebráveis da Nalgene, todos os demais irão apresentar vasamentos caso caiam quando estiverem cheios de água. Já passei por isso numa atividade.


No mochilão que fiz pela América do Sul no início de 2010, utilizei o Cantil Espanhol, o qual me atendeu satisfatoriamente, apesar do gosto que deixava sempre na água. No segundo dos quatro dias da trilha inca o abasteci com água de uma fonte e coloquei uma pastilha de Clor In para purificá-la e como molhei a parte externa para manter a água geladinha não pude diagnosticar como ele apresentou vasamento, se por conta do cloro ou por conta de alguma pancada.


Também tenho experiência com um reservatório da Trilhas & Rumos, o qual além de às vezes dar trabalho para fechar, sempre deixa a água com gosto. Atualmente estou utilizando garrafas de água mineral como reservatório de água, o que aliás me deixa livre para seu descarte caso não o necessite mais, bem como às vezes durante a viagem, faço preferências entre garrafas de 500ml ou de 1litro. Normalmente estas garrafas são muito frágeis, mas é possível encontrar versões mais resistentes, como aquela que encontrei num super-mercado de Maceió, durante o Nordeste Moto-Camping, em junho-julho de 2010.

Fogareiro: Existem diversos modelos de fogareiros atualmente no mercado e podem utilizar combustíveis líquidos e gás. No primeiro caso, podem utilizar combustíveis como gasolina, benzina e querose, ou ainda podem ser modelos multi-fuel, ou seja, que utilizam mais de um destes tipos de combustíveis. No caso do combustível ser gás, os mais comuns são gás butano/iso-propano/propano. No geral, os modelos que utilizam gás apresentam menos defeitos, e apresentam desvantagens como:
  1. São alimentados com cartuchos de gás normalmente difíceis de se encontrar fora dos grandes centros.
  2. Os cartuchos depois de utilizados se transformam em lixo que precisamos carregar de volta à cidade para o descarte.
Os modelos de fogareiros mais populares (consequentemente os mais baratos) utilizam cartuchos de 190g (autonomia aproximada de 3,5horas), que depois de atarrachados à base, não podem mais serem abertos, pois não dispõem de válvula. Estes cartuchos também são os mais baratos. Obviamente, este sistema dificulta muito o acondicionamento do fogareiro na mochila pois apenas podemos desenroscar o queimador da base. Ainda tenho o primeiro modelo adquirido há cerca de 10anos, da marca Coleman e que nunca apresentou defeito. Sua principal vantagem é o baixo custo, mas é de difícil regulagem na potência e nada prático no acondicionamento.


Agora, planejando um mochilão por Paraguai, Argentina e Chile me deparei com a necessidade de ter um fogareiro multi-fuel, e neste caso, estou muito inclinado para o OmniFuel da Primus, modelo que pode utilizar cartuchos de gás, querosene, gasolina, benzina, dentre outros. Basicamente o sistema pesa cerca de 470g e é composto por um aparato que é intercambiável entre um cartucho de gás (misturas do tipo butano-propano-isopropano) e uma garrafa de combustível líquido, que possui uma bomba para pressurizar o líquido, de forma a ejetá-lo na forma de gás pelo queimador, o que torna o sistema bastante econômico e eficiente, capaz de ferver 1l d'água em aproximadamente 4 min. Veja aqui um vídeo com o funcionamento do fogareiro. Vale lembrar que ele é todo dobrável, de forma a torná-lo compacto para ocupar pouco espaço na mochila.
 



Espiriteiras: É nada mais que um simples fogareiro (que não apresenta defeitos) alimentado com o mais barato e ecológico tipo de combustível, neste caso, líquido, o álcool, que pode ser tanto o farmácia quanto o de posto de gasolina. O primeiro além de ser mais caro, não queima completamente, sempre resultando em mais de um dedo de água no fundo da espiriteira. Já o segundo apresenta o melhor rendimento, uma queima completa e o melhor custo-benefício. Uma vantagem "relativa" é que é um aparato muito pequeno e que, dependendo do local onde se vai acampar, torna-se necessário carregar uma garrafinha de 500ml ou mesmo de 1l de álcool. A desvantagem universal é que só utiliza álcool como combustível e se sua idéa for acampar fora do Brasil, vai ter de fazer uma pesquisa sobre a disponibilidade deste combustível nas redes de farmácias ou postos de gasolina. A partir de uma trilha de mais de 5 dias a espiriteira começa a ficar inviável, pois seria necessário carregar uma quantidade muito grande de álcool e nesta hora, o quesito peso vai contar muito e apontar o fogareiro a cartucho de gás a melhor opção, pois se consegue uma maior autonomia carregando bem menos peso.


Um aparato como este é encontrado facilmente no mercado nacional, pelo valor aproximado de R$50,00 como na loja Arco e Flecha. Adquiri a minha no final de 2009, marca Azeq, feita de aço inox, pesando aproximadamente 250g e logo depois conclui que aquele foi o melhor investimento que poderia fazer na cozinha dos meus acampamentos, sendo que é hoje minha preferência na mochila em relação ao fogareiro a gás, pois me permite viajar "leve", sempre parando pra comprar álcool no posto de gasolina antes de entrar na trilha ou de seguir pra área de camping.


É possível fabricar manualmente a sua espiriteira a partir de uma lata de alumínio de qualquer bebida. Com uma lata é possível fazer uma espiriteira com base para descanso da panela, com duas latas, é possível fazer uma espiriteira menor, mas sem descanso para a panela e com uma terceira lata é possível fazer um abafador para apagá-la. Já fabriquei uma dessas durante uma pausa nos trabalhos de campo e os colegas ficaram boquiabertos com o chocolate quente que fiz naquela manhã fria da inverno da Chapada Diamantina.


Lampião: Aparato bastante útil, mas diante da relação custo x benefício, onde o "custo" equivale ao peso que se vai carregar nas costas e levando em consideração a dependência dos cartuchos de gás, e da mesma forma que os fogareiros à gás, a base dos lampiões só poderá ser desmontada depois que esgotar todo o cartucho, de forma que só resta desatarrachar o queimador da base, proporcionando o melhor acondicionamento na mochila. Outro problema é a indisponibilidade de camisinhas (saquinho de pano ulilizado no queimador para tornar-se incandescente e gerar luz), pois o fabricante especifica a quantidade de velas para o seu equipamento. Meu lampião utiliza camizinhas de 100velas, mas as camisinhas de 300velas são mais facilmente encontradas no mercado, e por serem maiores, apresentam um consumo maior. Cheguei a desenvolver uma técnica de cortar camisinhas de 300velas para torná-las menores e  equivalentes à 100 velas, mas isso requer tempo, prática e paciência... Aliás, depois de instalada e feita a queima, a camisinha ela se torna muito frágil, sendo que quase sempre esta se rompe ao transportarmos o queimador na mochila. Isto associado ao alto risco de se queimar no lampião enquanto o mesmo é utilizado me fez buscar uma outra alternativa como iluminação. No momento não utilizo lampião como iluminação por considerá-los "peso morto" na mochila.

Lanternas: Apresentam a grande vantagem de serem pequenas, não utilizarem cartuchos de gás e não apresentarem o risco de queimarem o usuário. O inconveniente ainda é ter de carregar baterias. Existem hoje lanternas que utilizam leds ao invés de lâmpadas, o que aumenta seu poder de iluminação, ao mesmo tempo em que dininui consideravelmente o consumo de baterias. No meu caso, já utilizei e ainda tenho lanternas de diversos modelos diferentes, como as modelo "cotovelo", muito comum no meio militar e que apresentam longo alcance, mas que utilizam lâmpadas incandescentes, consequentemente menos econômicas. Ao final de 2009 adquiri um modelo ecológico à dínamo da Azteq com três leds e três tipos de funcionamento diferentes, contando com uma boa autonomia, pois com um minuto de carga é possível ficar aproximadamente 15 minutos com uma boa inuminação. Ele ainda conta com um suporte para cabeça e outro para utilizá-la como farol no guidão bicicleta. Sua grande vantagem é que não é preciso carregar baterias na mochila. O único ponto negativo é que ela não dispõe de um sistema de travamento que o impeça de ser acionado acidentalmente para evitar o descarregamento da mesma, que aliás é expressamente desaconselhado pelo fabricante, pois certamente diminui a "vida útil" de sua bateria interna.
 
Kit de higiene e primeiros socorros: como o nome já diz, é o local onde serão guardados os itens de limpeza pessoal, como repelente, protetor solar (para o corpo e lábios), desodorante e/ou perfume, shampoo, esponja e sabonete (eu prefiro líquido), antisséptico para os pés, cotonetes, barbeador, creme pós barba, escova e creme dental, bem como curativos rápidos (band aids), antisséptico para ferimentos, gazes e/ou algodão, esparadrapos, comprimidos e remédios especificos que o aventureiro necessite ou faça uso frequente. Ah, já que estamos falando de primeiros socorros, não podemos esquecer de colocar camisinhas (e no caso das meninas, anti-concepcionais). Ao meu ver, a melhor forma de armazenar todas estas coisas é utilizando uma necessaire (organizador), que existem aos montes, de diversas marcas e modelos diferentes, bastando apenas escolher o tamanho desejado. No meu caso optei pela Necessaire Utility, da marca Azteq, muito  bem bolada, pesando aproximadamente 180g, com espelho flexível, gancho para pendurar e diversos compartimentos telados e bolsos com zíper para armazenar tudo o que preciso. Até então minha avaliação da necessaire é positiva, e que a mesma tornou muito prática minha vida de mochileiro e não só a utilizo nas aventuras, como nas viagens a trabalho, aliás, ela está sempre pendurada no meu banheiro, e é a recomendação que deixo aos iniciantes na área, que um kit como esse é pensado e montado aos poucos, na medida em que nos tornamos experientes no assunto, e vamos retirando ou acrescentando coisas. Quase seis meses depois de ter iniciado a montar meu kit, ainda sinto que preciso melhorar nas formas e quantidades necessárias de cada item que devo transportar, e é neste momento que devo falar do próximo tópico: frascos multi-uso.


Toalha: É indispensável carregar na mochila uma boa toalha. Esta poderá ser de algodão, pequena ou grande, depende de seu interesse em carregar todo este volume. Este é mais um ítem que equipamentos técnicos são muito bem empregados. Existem no mercado toalhas que unem qualidades que as tornam incríveis, como alta capacidade de absorção, leveza, facilidade de lavar e rápida secagem. Possuo uma toalha assim, tamanho grande da marca Azteq há mais ou menos 2 anos e desde então, é um item que não sai da mochila e quando está molhada, deixo pendurada nos elásticos existentes na parte superior da mochila durante a trilha ou mesmo quando estou perambulando pelas cidades. Claro que se tomo um ônibus, levo-a comigo, e com um pouco de criatividade, encontro um lugar legal para pendurá-la até secar.

Frascos Multiuso: É um kit muito prático de frascos fabricados em plástico resistentes, mas flexíveis e que podem atender a várias demandas nas atividades ao ar livre, como  kit de cozinha e kit higiene. Estou testando os frascos da Azteq, que até então tem dado resultados satisfatórios. São 7 frascos leves, resistentes e de tamanhos variados, com tampas que vedam perfeitamente, além de algumas delas disporem de bico dosador. No frasco maior transporto sabonete líquido e óleo de cozinha (ou azeite), no médio transporto o 3 em 1 (shampoo/condicionador/anti-caspa), nos pequenos transporto antisséptico para os pés e creme pós-barba, enquanto que no achatado eu transporto creme dental. Desodorantes, utilizo spray, que pode ser Rexona 24h ou ainda, Nivea, que dispõe de uma versão com partículas de prata e que apresenta resultados muito bons.


Com relação à sabonetes, tenho feito preferência pelos líquidos (linha Protex) e pelo uso de esponja, que além de potencializar a eficácia da limpeza, faz com que o sabonete líquido seja utilizado de forma mais racional, aumentando bastante o tempo que se pode passar com determinada quantidade. Meus testes ainda estão em fase preliminares e ainda não consigo dizer qual dura mais, se 90g de sabonete sólido ou líquido.


Quanto aos perfumes, transporto num frasco de vidro que adquiri num conjunto da L'Aqua de Fiori (e que pode ser visto na foto de detalhe da necessaire, no tópico anterior). Trata-se de um porta-perfume com borrifador, que por ser de rosca, pode ser facilmente recarregável, tranportando 15ml e dependendo do uso, tem autonomia de 45 dias ou mais. 
Sugestão: vez por outra vale "garimpar" farmácias e supermercados (principalmente a seção de frascos estilo Tupperware) com uma visão voltada para itens cujos frascos podem ser utilizados na área de aventuras, como é o caso dos frascos de vitamina C efervecente, onde podem ser transportados temperos de cozinha (tipo cominho, açafrão, corante, sal e alho, etc.).

Kit de cozinha: Este é um kit bastante pessoal, juntamente com o kit de higiene, e nele deverá conter todo o aparato necessário para preparar as refeições do mochileiro fora de casa.


Da mesma forma que os fabricantes recomendam montar as barracas em casa antes de ir pra trilha, é necessário estar familiarizado e bem treinado com seu kit de cozinha, que aliás não será montado da noite pro dia. Vá com calma e leve tudo na esportiva, principalmente quando sua mãe disser que você perdeu o juízo.


Inicialmente você precisará de um kit de panelas, que terá de ser proporcional ao número de integrantes na "tropa". Na prática, é possível passar muito bem com uma xícara, uma panela e uma frigideira o que pode ser facilmente arranjado numa lojinha de R$1,99. Prefira materiais feitos de alumínio, pois pesam menos. Para torná-lo mais prático, procure itens que se encaixam internamente, assim, vc economiza espaço na mochila. Ao final, pode ainda, conversar com algum senhor que realiza serviços em barracas de rua e pedir pra ele, retirar os cabos e adaptar um cabo único, que pode ser preso por parafuso e porca-borboleta, fácil de montar e desmontar na trilha.


A maioria dos kits de fábrica são feitos em alumínio, com película de teflon e com cabo único, intercambiável e no estilo "pinça" ou "alicate". Neste estilo é o kit de panelas da marca Guepardo que estou testando desde março, o qual além de ser pequeno, pesa 350g e conta com apenas 4 itens: panela com capacidade para 0,7 litros frigideira-prato, cabo intercambiável e copo-xícara com cabo dobrável (também em alumínio, permitindo ir ao fogo). Além da frigideira servir como prato, funciona como tampa do kit, após guardar os demais itens no seu interior. Internamente, utilizo um pano de cozinha para forrar e proteger o revestimento de teflon, e ainda sobra espaço para colocar isqueiro e um frasquinho com tempero (sal, alho e ervas). Dentro do copo-xícara consigo colocar um pequeno frasco plástico com sabão e bucha de lavar pratos. Ao final, o conjunto é armazenado numa bolsa de tela para acondicionamento. Apesar deste kit ser individual, é possível fazer refeição para até 2 pessoas. Para evitar estragar o teflon do kit, utilizo um conjunto de talheres da marca Sea to Summit feito em policarbonato, com mosquetão para evitar perdas, tudo pesando cerca de 60g.



Recomendo iniciar o treinamento utilizando a cozinha e o fogão de sua mãe, dando preferência às receitas rápidas e práticas, daquelas "prato-único". E antes que você pense que só é possível fazer miojo e sopa pronta com um kit assim, lhe adianto que, com macarrão comum ou integral, legumes e verduras, proteína de soja (ou calabresa), queijo ralado, extrato de tomate (ou creme de leite), trigo partido, temperos e azeitonas sou capaz de preparar uma macarronada integral em apenas 30-35min, usando meu kit de panelas e uma espiriteira.


Aproveite o estágio no laboratório (cozinha) para elaborar seu próprio cardápio, utilizando como referência algumas receitas mochileiras, vá substituindo alguns ingredientes por aqueles que mais gosta. Recomendo o Livro de Cozinha do Excursionista Faminto do Sérgio Beck, o qual  é repleto de dicas e receitas. Sempre que puder, vá pro laboratório com fome, pois ela realça sentidos como olfato, paladar e principalmente a memória e, instintivamente você vai fazer as combinações perfeitas dos ingredientes, da mesma forma que sua mãe fazia enquanto você estava no vão ao lado, literalmente dentro do video-game. Por via das dúvidas, verifique se aquele imã de geladeira com o número da pizzaria está mesmo no lugar.

Posteriormente, será necessário um kit de vasos pra carregar os alimentos, então use a criatividade e, da mesma forma que sugeri no item anterior (frascos multi-uso), frequente o super-mercado com os olhos de um mochileiro. De preferência vá num dia só pra isso e procure comprar produtos cujos vasos possam servir pra seu kit, ou ainda perca um tempo naquela seção de vasos plásticos. Esqueça os vidros, pois pesam bastante. Vale lembrar que você não precisa ter vasilhames para cada coisa, pois alguns produtos podem ser carregados em suas próprias embalagens e caso sejam sacos plásticos, irão "liberar espaço" na mochila na medida em que forem consumidos. Da mesma forma, não é necessário carregar tudo já de vez pra trilha, pois você pode fazer uma pausa no último povoado ou cidadezinha (na mesma onde irá contratar os serviços de guia ou se juntar com outros mochileiros), pois se existe gente morando, certamente existe  um mercadinho e ali você encontrará uma série de suprimentos.


Na medida em que trabalha nas receitas, procure "descobrir" as quantidades que necessitará de cada item, o que irá determinar o tamanho dos frascos. Não esqueça que isto deverá ser reavaliado antes de toda expedição, de acordo com o tempo de cada uma. Minhas experiências com saquinhos ziplock tem rendido bons resultados e é possível utilizá-los para fracionar os produtos e não ter de carregar as embalagens com a quantidade total que vem do super-mercado.


Vestimentas: Sem dúvida este é o ponto mais moderno que se tem notícia na área de produtos se aventura. Enquanto que antigamente só estavam disponíveis camisas de algodão e calças de brim, atualmente é possível escolher entre uma gama de produtos com os mais modernos e diversos tipos de tecido, envolvendo até nanotecnologia na sua produção. A grande vantegem das roupas técnicas é que são feitas com materiais que tem o melhor rendimento térmico, são resistentes à abrasão, não desenvolvem odores, permitindo o seu uso por semanas (dependendo do tipo de atividade) e caso necessitarem de lavagem, a limpeza é fácil e a secagem muito rápida.


Caso tenha de se preparar para locais frios, recomendo que você aprenda a vestir-se utilizando o sistema de camadas (veja tutorial sobre o assunto em mochileiros.com), pois vestindo peças sobre peças, o isolamento térmico é mais eficiente que vestir uma única peça, mesmo que esta seja mais grossa, pois na prática, quando vestimos em camadas, tiramos proveito do isolamento térmico até das camadas de ar que ficam entre as peças, além do mais, é possível regular a temperatura, tirando ou adicionando camadas, o que é impossível de fazer caso se tenha disponível apenas uma peça, bem grossa. Então, esqueça aquele casaco grosso e pesado que você tem guardado no armário, pois só irá vesti-lo quando estiver muito frio, e caso esquente um pouquinho, não poderá regular a temperatura retirando peças, e caso opte por tirá-lo, certamente irá sentir frio. Além disso, dependendo do tipo de material, se precisar de lavagem, o mesmo irá demorar muito para secar.


Roupas de baixo (underware ou segunda camada): tem a função de facilitar a transpiração, minimizando o tempo de contato do suor com a pele, favorecendo uma melhor regulação da temperatura corporal. Os primeiros produtos que experimentei foram duas camisas coloridas da Trilhas & Rumos (camisa Trilhas Pro) e uma calça preta da Solo, com cordão para ajuste na cintura.


As cores escolhidas para as camisas foram vermelha e amarela, sendo que tive de mandar trocar a primeira pela cor azul pelo fato de não ser tão bonita quanto na fotografia. A vantagem da camisa Trilhas & Rumos é o baixo custo e o fato de ser bonita, além de ser um produto nacional. Já o ponto negativo é que o tecido não tem tratamento contra bactérias e facilmente desenvolvem odor, tornando necessárias lavagens mais frequentes. Estas camisas no mochilão de janeiro/fevereiro de 2010 e observei que desenvolviam odores facilmente com a transpiração normal das caminhadas, me obrigando a lavar constantemente, mas mesmo assim o odor reaparecia assim que volta a utilizá-las.


Já o colega Josemar havia optado por colocar na mochila uma camisa X-Thermo da marca Solo, a qual só foi lavada uma única vez durante os 35 de viagem. Vimos vários outros aventureiros ao longo da trilha Inka e principalmente no Salar de Uyuni que haviam feito a mesma escolha.
A Solo tem três tipos de Base Layers: X-Sensor, X-Termo e X-Power, que se aplicam em diversos tipos de atividades ao ar livre. Clique aqui para conferir.


A calça segunda-pele que utilizei foi uma T-Termo Solo e apesar de não ter sido requisitada tanto quanto as camisas Trilhas & Rumos, pude comprovar sua eficiência e que aquele tipo de tecido dispunha da melhor relação custo-benefício para atividades ao ar livre. Concluí que, dali para frente, seguiria o conselho de uma amiga que me disse para utilizar nas viagens apenas equipamentos já testados durante um longo período, para evitar dores-de-cabeça.
Assim que retornei para casa, incluí uma blusa preta X-Termo da Solo na primeira compra que realizei, e hoje, após meses de uso (não contínuo e em atividades leves), ainda não estou certo se a mesma já foi lavada pela primeira vez. Resultado comprovado, adquiri mais outra blusa (agora na cor verde), tempos depois.

Recentemente a Solo introduziu uma novidade nestes modelos já consagrados, que é a confecção de suas peças underware utilizando fios com nanopartículas de prata produzidos a partir de nanotecnologia,
que inibem a proliferação de bacterias associadas ao odor do suor. Apesar de ainda não ter tido a oportunidade de testar sua Blusa Underwear X-Thermo Zip Silver, acredito que o que já era bom, ficou ainda melhor pois já experimentei (e comprovei) a eficácia desta tecnologia nas camisetas Ion Lite, como irei descrever posteriormente.

Roupas intermediárias (fleece): peças que são vestidas sobre a segunda pele para o corpo aquecido.
Na parte inferior estou testando uma Calça Expedition Zip cor preta da marca SOLO confeccionada com fleece. Além de ser muito confortável, ela possui dois bolsos frontais e elásticos para regulagem nos tornozelos, evitando subir, descer e principalmente arrastar pelo chão como tantas outras que vemos por aí. Este produto tem superado minhas expectativas e a meu ver só faltam os puxadores para o caso de estarmos com luvas nas mãos.
Na parte superior tenho usado desde meados de 2008 a Jaqueta Warm azul da marca SOLO, pesando cerca de 390g, em tecido DoubleFleece, sendo muito agradável, proporcionando aquecimento com leveza, apresentando dois bolsos internos feitos em tela e dois bolsos laterais externos com zíper e puxadores para facilitar caso estejamos de luvas. Dispõe de abertura frontal total através de zíper, colarinho reforçado em Supplex e sistema de ajuste na cintura. Esta foi a primeira peça da marca SOLO no meu vestuário, que serviu para me fascinar pela marca.



Adquiri em dezembro de 2009 o Abrigo Termotex da marca Trilhas & Rumos (como parte integrante do anorak Parka Klima) e que é confeccionado com tecido do tipo polar, com alto índice de isolamento térmico, na densidade de 300g/m², pesando cerca de 600g. Ele é muito bonito, resistente, tem dois bolsos inferiores frontais e um superior (na altura do peito), além de dois internos (??), reflexivos  horizontais nos ombros e o seu zíper tem fechamento integral até a altura do queixo. Na manga do blusão há um cordão em forma de anel para prender em um laço com botão de pressão no casaco externo (3a. camada, ou camada impermeável), o que o torna muito util quando as duas peças são acopladas, pois a manga interna passa a trabalhar junto com a manga externa do anorak.

Camisetas: são consideradas como 1a. camada, pois vão em contato direto com nossa pele em dias de verão. Minha iniciação neste quesito foi com a Camiseta  SEC TECH da Trilhas & Rumos juntamente com algumas outras camisetas similares que usei durante meu mochilão janeiro-fevereiro de 2010. O fabricante diz algo como: "Feita em poliéster, conta com evaporação acelerada do suor, diminuindo seu tempo de contato com a pele. Seca rapidamente após lavar, não deixa cheiro, é leve, compacta e não amarrota".


De acordo com meus testes, numa escala de 0 a 10, posso confirmar que realmente ela não amarrota (nota 10), mas a velocidade da evaporação do suor é mediana (nota 5), idem para o tempo de secagem após lavagem (nota 5). Quanto ao quesito odores, o poliéster na medida em que for sendo suado irá naturalmente desenvolver um odor que não chega a ser incômodo para um dia de uso normal, claro que isto depende do seu metabolismo (nota 3). Depois de algumas lavagens, você irá perceber o surgimento de um encardido nas faixas brancas laterais da camisa, e que não sairão mais, pois as lavagens são feitas com sabão neutro (nota 0, ZERO!!). Então, a nota média fica: 10+5+5+3+0/5=4,6



Assim que retornei do mochilão, resolvi dar um ponto final àquela deficiência de uma vez por todas, então iniciei uma pesquisa que apontou as camisetas ION Lite da Solo (manga curta e manga comprida) como uma grande possibilidade de sucesso, pois são peças de 1a. camada que aliam alta tecnologia em tecido à construção de uma modelagem adequada, proporcionando excelente relação peso, volume e equilíbrio térmico.


O resultado como era de se esperar, é um tecido frágil em termos de trilha pesada e que vai se rasgar caso hajam espinhos ou galhos de árvores que se destaquem pela trilha, portanto, o que requer um certo cuidado. Não preciso dizer para fugir dos arames-farpados de cercas, certo??


Diante dos rigorosos testes que fiz, inicialmente nas atividades normais de trabalho no calor "quase infernal"  de Salvador e posteriormente ao longo de algumas viagens pelo nordeste brasileiro de bicicleta e moto estou convicto que elas superaram minhas expectativas em todos os quesitos:
  1. Não ocupam volume na mochila, podendo ser enfiadas em qualquer "buraco vazio";
  2. Até chegam a amassar, mas voltam ao normal entre 5 a 10 minutos depois de vestidas;
  3. São extremamente leves 96-130g (manga curta - manga comprida);
  4. Por terem nano-partículas de prata, não desenvolvem odores, podendo ser utilizadas  indefinidamente, até que a sujeira fique evidente;
  5. Caso comecem a desenvolver algum odor, é só deixá-la de "stand by" por um ou dois dias que ela voltará ao "normal";
    Como pontos negativos posso citar:
    1. Tecido pouco resistente a rasgos, que pode ser ocasionado por algum objeto na trilha;
    2. Cores claras (amarelo , ciza e grafite) sujam muito rápido, e quase sempre a sujeira fica evidente no primeiro dia de uso. Ocorre também de mancharem;
    3. Tecido gruda facilmente em unhas, velcros e superfícies ásperas de um modo geral;



    Calças: Importantes peças de caráter 1a. camada do vestuário mochileiro que, por serem feitas de tecido sintético, são leves, resistentes a rasgos, podendo ainda desempenharem um duplo papel de calça e bermuda, ou seja, calças que vem zíperes pouco acima dos joelhos, possibilitando a retirada das pernas, transformando-as em bermudas. Estes modelos são minha preferência.


    Já testei dois modelos de duas marcas diferentes, e acredito estar bem atendido no quesito. Também já acompanhei de perto o desempenho de um terceiro modelo (terceira marca) testada por um colega.


    No final de 2009 adquiri uma calça Cargo da Trilhas & Rumos, cor azul marinho, a qual foi muito requisitada durante o mochilão do início do ano. Ela vem com passadores e cinto composto de nylon e fechos plásticos, muito prático. O fecho na cintura é feito por zíper e botão de pressão metálico. Tem dois bolsos frontais, além de dois bolsos laterais com fecho por velcro e dois bolsos traseiros (também com velcro). Na porção externa de cada perna, na altura da bainha há um zíper para facilitar retirá-la mesmo com calçados, o que na prática não funciona, caso o calçado seja uma bota de caminhadas. Uma coisa muito interessante neste modelo, que aliás é o único que conta com este tipo de inovação prática, é que há um pequeno bolso em uma das pernas que deve ser virado pelo avesso e vira uma pequena bolsa com duas alças com velcro para prender na cintura e onde deverão ser guardadas ambas as pernas destacadas da calça.

    Poucos dias antes de finalizar meu mochilão pela américa do Sul, em fevereiro de 2010, comprei uma calça DakarKilimanjaro da marca Montagne em Buenos Aires, a qual me impressionou muito pela qualidade e resistência, aliás os hermanos tem muita tradição na montanha e muitas marcas que fazem juz à isso. Depois de alguns testes posso apontar os pontos positivos:
    1. Ótimo design externo e extremamente confortável internamente;
    2. Toda a parte superior é revestida internamente  com uma tela que dá maior liberdade de movimentos, aumenta o conforto e a resistência aos mais diversos tipos de atividades;
    3. Zíperes em duas alturas diferentes de cada perna, podendo transformá-la tanto em em um bermudão, como num short;
    4. A seção mais baixa, conta também com um zíper vertical, que permite abrí-la até ser possível desvestir sem tirar as botas, (qualquer tamanho);
    O único ponto negativo que observei até agora é que esta calça não vem com cinto, mas pudera, isto pode ser resolvido, usando o cinto da outra calça...

    Bermudas: desde novembro de 2009 que estou utilizando a bermuda Granada da SOLO, feita em ....muito resistente. Ela é muito prática, leve, resistente, fácil de lavar, não amassa e dispõe de um cordão na cintura para melhor ajuste. Conta ainda com dois bolsos frontais e um bolso com zíper pouco acima do joelho ideal para pôr carteira e documentos.

    Em março de 2010 adquiri uma bermuda Columbia, que é também muito prática, contando com cordão na cintura para melhor ajuste, dois bolsos laterais e um bolso traseiro com velcro. Em relação à SOLO ela perde pelo fato de não ser tão comprimível, pois conta (desnecesariamente) com uma tira muito grossa de elástico na cintura.

    Calças impermeáveis: a calça impermeável Klimatic foi outra peça bastante requisitada durante a Trilha Inca para Machu Picchu em janeiro de 2010 e pela minha experiência com  a marca Trilhas & Rumos, acredito ser este um dos seus melhores produtos, talvez o melhor. Dispõe de reforço nos pontos de maior atrito, dois bolsos frontais com zíper e aba contra chuva, elásticos na cintura e passadores para cinto, e zíper, velcro e botões de pressão na lateral das pernas para permitir desvestí-la mesmo calçado, mas este sistema não funciona caso seu calçado seja uma bota, pois nos meus testes isto nunca funcionou.
    Recentemente a testei no percurso de moto para o trabalho durante um dia chuvoso e ela foi espetacular. O único ponto negativo para o produto é que os zípers laterais das pernas não tem abertura suficiente para darem passagem às botas, ou seja, é impossível desvestí-la calçado.



    Polainas: Neste momento estou avaliando a aquisição de um par de polainas para suprir uma necessidade observada durante a Trilha Inca, em janeiro de 2010, quando entrei em Machu Picchu debaixo do maior temporal e, como este persistiu, e apesar de estar utilizando ótimos anoraks e calças impermeáveis, as pernas da calça sempre formam dobras que por vezes apontam para dentro das botas, e nestes pontos formam-se perigosos acúmulos d'água, que lentamente infiltram para dentro das botas. No meu caso, tinha de ficar alguns minutos parado na chuva, ouvindo explicações dos guias, bem como para observar as ruínas, o que certamente agravou meu problema. A polaina serve basicamente para além de evitar que sujemos as pernas da calça, canaliza o escoamento da água da chuva direto para o chão, mantendo as botas sempre secas, inclusive durante atividades na neve. Todas elas vem com uma tira em forma de passador que serve para prender no solado das botas. Um ponto importante é que devem ser utilizadas juntamente com calças impermeáveis.


    Anoraks: desde 2006 que tenho meu primeiro anorak Trilhas & Rumos, que apesar de ter sido um modelo bem simples, quebrou inúmeros galhos pelos diversos cantos onde já andei. Seus pontos positivos são a confecção com material bastante resistente, baixo custo e a alta tolerância às chuvas.





    Desde dezembro de 2009 que estou utilizando o Parka Klima, que é um anorak 3 em 1, pois vem acompanhado do abrigo Termotex em tecido polar de gramatura 300g/m². Além das duas peças terem diversos bolsos e poderem ser acopladas através de seus sistemas de zíperes e passadores nos punhos, ambos podem ser utilizados de forma independente, sendo muito úteis para o frio, chuva ou ambos!! Um ponto  muito positivo é que ele tem dois elásticos reguladores no capuz que e embutível na gola, reforços nos pontos de maior stress, fechamento externo feito por um sistema de zíper, botões e velcro. Esta foi uma das peças mais utilizadas no mochilão que fiz em janeiro-fevereiro de 2010 e que aguentou firme diversos tipos de situações, inclusive boa parte das chuvas que arrasaram a trilha inca de 4 dias para Macu Picchu em janeiro de 2010, até que no último dia, já em Machu Picchu (onde entrei debaixo do maior temporal), começou a passar água através de um ponto sobre meu ombro direito.



    Meias: Outro item muito importante no vestuário mochileiro, tão importante quanto ele próprio, a mochila e os calçados. Atualmente também dispõem de alta tecnologia envolvida na sua produção. É costume ter na mochila 3 ou até mesmo 4 pares de meias disponíveis, muitas vezes cuidadosamente acondicionados em sacos plásticos ou bolsas estanques, para evitar surpresas desagradáveis na hora do aperto.
     
    Em novembro de 2009 iniciei os primeiros investimentos neste item, tendo optado pelas Meias Trekking DrySel® e Algodão da marca Selene e depois de realizar testes e comprovar a qualidade e eficiência do material, voltei a adquirir mais outros pares. 
    DrySel é uma fibra de Poliéster de vários canais, e neste caso constituí 4 camadas, para transportar toda a umidade (suor) de dentro para fora da meia, mantendo os pés secos e regulando a sua temperatura, diminuindo o risco da formação de bolhas. Como pontos positivos posso citar:
    1. Extrema durabilidade, chegam a durar até 5 vezes mais que as meias comuns.
    2. São meias grossas, o que aumenta o conforto dos pés.
    3. Podem ser utilizadas tanto no calor quanto no frio.
    4. Podem ser lavadas e secadas em máquinas sem perder as propriedades técnicas.
    Dica: Caso não disponha de meias próprias para trekking, vale a seguinte dica: utilizar um par de meias sintéticas, como primeira camada e, sobre elas, calçar meias de algodão como segunda camada. Na prática as meias sintéticas além de diminuirem o atrito, funcionam como dispersor da umidade, que é transportada para a segunda camada, responsável pela sua eliminação, bem como manter um toque suave e sensação de conforto.

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    CONTINUA.......

     
    Gorros e luvas:....

    Gorro Thermo Fleece Ajustável - Curtlo
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