Viajando aprendemos bastante sobre o lugar de onde viemos e fazemos muitos amigos (inclusive outros viajantes), o que nos estimula a seguir viagem rumo a suas cidades para conhecê-las. O problema é que não podemos nos demorar, mas quando voltamos às nossas casas, temos mais motivos para rever estes amigos, assim, passamos a trabalhar em novos roteiros de viagens e nos lançamos com mais energia em todos os nossos demais projetos. - Alberto Jr.

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Oktoberfest 2010, Blumenau/SC

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A experiência do Oktoberfest 2010 em Blumenau foi incrível!! Assisti ao desfile oficial na rua XV de novembro, com muitos carros alegóricos e onde todos vestiam roupas típicas muito coloridas e em meio a muitas flores, bandas locais que tocavam também musícas típicas. Tudo regado com muito chopp. Bem marcante também a participação das crianças, sendo que algumas bandas eram compostas só por elas.


 





Ao chegar em Blumenau ganhei uma família adotiva, com pai, mãe e dois irmãos, todos muito amáveis. Grégori, meu irmão mais novo me mostrou um monte de coisas pela cidade e saímos pra beber bastante e conheci um monte dos seus amigos e amigas, os quais foram muito legais e com os quais me senti muito à vontade. Uma turma muito mente aberta, bastante viajada pelo Brasil e pelo mundo. Destaque para o Caetano, que havia viajado pela região nordeste de carona. Realmente amigos que me fariam muita falta ao voltar pra Salvador dias depois para, de imediato, integrar uma campanha de campo de 15 dias na borda leste da Chapada Diamantina, foi quando percebi que seria inevitável criar um novo projeto, o Oktoberfest 2011!!

Em meio a nossas brincadeiras, conheci uma turma de Salvador e combinamos fazer uma ressaca do Oktober quando voltássemos para a terrinha. Bebemos muito, cantamos e dançamos igual a crianças, músicas das mais diversas, até o "Atirei o Pau no Gato" e o Hino Nacional Brasileiro. A galera sempre fazia uma prévia antes de ir pra festa, como eles chamam "um esquenta", na casa de um dos amigos, ou até mesmo num ponto de ônibus, alguns com roupas típicas. Levávamos as bebidas e ficávamos conversando e brincando por horas até estarmos "prontos" pra ir pra festa, lá pela 1 da madrugada. Vale lembrar que antes de saírmos, eles se preocupavam com a limpeza do local.

A Oktoberfest é muito grande, com uma vila e três grandes pavilhões, onde existem palcos e músicas distintas. Veja aqui um vídeo que fiz de uma das apresentações. Muita gente, tudo tranquilo e relativamente organizado, e melhor, sem confusões (não vi, nem ouvi dizer que houve algum desentendimento). Até o policiamento era tranquilo, muito diferente do clima que temos no carnaval de rua de Salvador. Muita comida típica, e muita cerveja artesanal de qualidade e em diversas versões, de diferentes sabores e graduações alcoólicas, mas infelizmente não deu pra provar de tudo, acho que só experimentei 20-30% daquilo, mais um grande motivo para trabalhar no projeto Oktober 2011. Foi também legal reencontrar em Blumenau a Sabrina, amiga de Florianópolis, estudante de biologia que Josemar e eu conhecemos na Trilha Inca de 4 dias para Macchu Picchu em janeiro. Como ela teve problemas com o amigo que a iria hospedar, foi também amavelmente acolhida pelos pais do Grégori por dois dias.

Pra completar segui para Florianópolis, onde fiquei por dois dias, onde Sabrina me mostrou o centro da cidede e fomos juntos assistir uma aula de geologia na UFSC. Íamos juntos desbravar mais o litoral, acampar e fazer trilhas, mas o frio de até 16°C, a chuva e a saudade dos amigos blumenauenses me fizeram voltar antecipadamente para Blumenau. No campus da UFSC existem vários cães que desfrutam de muitas regalias e um deles me chamou muito a atenção por estar dormindo de papo pro ar bem em cima do banco do ponto de ônibus lá existente.


Tive a oportunidade de andar bastante de ônibus pela cidade de Blumenau e como meu irmão adotivo mora um pouco afastado do centro, pude circular por onde turistas não vão. Diante destas experiências com o público da cidade posso dizer que o blumenauense médio é mais reservado e relativamente menos prestativo que no norte e nordeste do Brasil. Sofri ao menos duas mostras de discriminação racial e regional. Citarei aqui apenas os dois exemplos mais marcantes: Certa feita saí da casa de meu irmão para ir caminhando até o ponto de ônibus quando fui chamado repetidamente e de forma sarcástica de "demônio preto" por duas crianças que jogavam bola na rua. Outro fato interessante foi quando voltava da festa juntamente com a Sabrina em ônibus coletivo para casa do Grégori, quando ouvi um adolescente que estava de frente para mim dizer (também de forma sarcástica) que não gostava de negros nem de baianos.

O Brasil é o 5° maior país do mundo, e creio que é aquele que tem a maior diversidade não só de fauna e flora, mas também cultural, musical e principalmente de povo, mas é notório como em todos os cantos o brasileiro ainda é muito ignorante e pouco “viajado”, principalmente quanto ao seu próprio país, o que acredito responder pela falta de respeito que temos para com nós mesmos. A mídia também tem uma parcela de culpa por este quadro, uma vez que os canais televisivos que falam para o Brasil são todos do eixo Rio de Janeiro-São Paulo. Tenho certeza que só quando superarmos problemas como estes, estaremos prontos para sermos uma grande potência.

Para finalizar, transcrevo uma frase atribuída a Amir Klink, brasileiro conhecido como navegador solitário, reconhecido mundialmente por ter sido o único a conseguir fazer a travessia A REMO entre os continentes africano e o sul americano, desde a costa da Namíbia até o litoral norte da Bahia, num feito que se mantém único desde o ano de 1984:


"O homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser; que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver”. AMIR KLINK

Grande abraço!!
Alberto Jr.
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