Viajando aprendemos bastante sobre o lugar de onde viemos e fazemos muitos amigos (inclusive outros viajantes), o que nos estimula a seguir viagem rumo a suas cidades para conhecê-las. O problema é que não podemos nos demorar, mas quando voltamos às nossas casas, temos mais motivos para rever estes amigos, assim, passamos a trabalhar em novos roteiros de viagens e nos lançamos com mais energia em todos os nossos demais projetos. - Alberto Jr.

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Mochilão: BRA, BOL, PER, CHI, ARG

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Mochilão: Brasil, Bolívia, Perú, Chile e Argentina

Estava há algum tempo pensando em um jeito de otimizar os descansos do trabalho com as aventuras e principalmente, como conciliar tudo isso com a atenção que não podemos deixar de reservar à família, então descobri que, aonde quer que fosse, estaria sempre com meus entes queridos. Então resolvi que estaria sempre com a família nos mais importantes feriados religiosos como Natal e Semana Santa e que em datas como aniversários, só estaria presente se o trabalho permitisse e/ou se isso não fosse comprometer alguma aventura maior.

Foi assim que idealizei uma viagem pela Argentina para janeiro de 2009, mas que infelizmente "furou", então me apliquei durante todo o ano e em janeiro seguinte estava molchilando por São Paulo, Campo Grande e cruzando a Bolívia, o sul do Perú e norte do Chile e da Argentina. Os pontos altos da viagem foram a Trilha Inca para Machu Picchu (Perú), o Deserto do Atacama (Chile), o Salar de Uyuni (Bolívia) e as Cataratas do Iguaçú (Brasil).


31/12/2010
Modesta participação na corrida de São Silvestre.







Dia 01/01/2010
Em frente ao Obelisco, no Ibirapuera, Capital Paulista.








Dia 01/01/2010
Em frente à Oca, do Arquiteto Oscar Nyermayer, no parque do Ibirapuera, Capital Paulista/SP.






Dia 01/01/2010
Em frente à Pinacoteca do Estado, São Paulo/SP







03/01/2010
Comendo Sobar (comida típica japonesa) com wari hashi (dois pauzinhos), no mercado popular de Campo Grande/MS.






























































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continua...
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Vem aí: Pedal Salvador - Aracajú

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Ganhamos nossas primeiras bicicletas ainda crianças, e no meu caso não foi diferente... Naquela época a bike fazia parte do meu dia-a-dia, pois vivia em um povoado no interior do Recôncavo Baiano, chamado Nazaré de Jacuípe, distrito do município de São Sebastião do Pasé.

Pouco antes dos 18 anos os estudos me induziram a uma transição lenta e gradual para Salvador e, sem dar conta, a bike foi perdendo espaço na minha vida até que no ano de 2002 comprei uma bicicleta que um amigo havia montado anos antes e a partir daí, ela passou a ser meu transporte da Residência Universitária para a UFBA, num percurso de 11 a 15min, ocasionalmente até 4 vezes por dia. Tempos bons aqueles...


Daí em diante não deixei mais a magrela sair da minha vida, mesmo depois de ter me formado e me mudado para uma área mais afastada do centro. Na verdade, esta adversidade passou a ser mais uma oportunidade para aumentar o tamanho da pedalada, pois o único local da cidade com cilcovia é a orla marítma e como não havia carro para levar a bicicleta, me juntei com Mônica (ex-patroa) e Marcelo e Felipe (dois primos que também são apaixonados pelo pedal) e passamos a ir para a ciclovia pedalando e percebemos que é possível sim, dividir espaço no trânsito, desde que com certa cautela. Com o tempo fomos nos orientando mais e nos especializando no assunto.




Inicialmente o pedal básico era de 20km, mas em seguida, fomos aumentando para 30, 45km e observamos que era possível visitar qualquer canto da cidade de bike, então resolvemos visitar os pontos turísticos da cidade e fazer um registro fotográfico das nossas atividades... Sem perceber entrávamos na carreira ciclo-turística!!


Como já fazíamos acampamentos, começamos a pensar na possibilidade de ir acampar de bicicleta em Praia do Forte no litoral norte baiano, distante 65km de nossas casas.
 

Na páscoa deste ano, Felipe e eu arrumamos nossas bagagens e fizemos a viagem de 150km em dois dias entre Salvador-Nazaré-Cruz das Almas (conforme post SSa - Nazaré - Cruz das Almas) na companhia de Rui Barros, ciclo-turista cabo verdeano que está viajando pelo mundo de bicicleta há aproximadamente um ano e meio e que conheci em Foz do Iguaçú em fevereiro, quando retornava ao Brasil após o mochilão pela América do Sul. Tempos depois Rui chegava a Salvador para conhecer a nossa "terrinha".


Agora estamos nos preparando para fazer nossa primeira viagem pelo litoral do nordeste, de Salvador a Aracajú. Serão 330km de pedal, onde pretendemos viver grandes aventuras  não só pedalando e sentindo a natureza de perto, mas também acampando em praias, pequenas localidades e vilas de pescadores. Assim acreditamos que iremos aprender mais sobre a vida e os costumes das pessoas que vivem ali.
Estamos providenciando os materiais necessários e  trabalhando em todos os sentidos para que tudo aconteça conforme esperamos.
Aguardem que estaremos sempre postando as novidades aqui, até o tão esperado dia "D"!!

Grande abraço!!

Alberto Jr.

















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Vem aí o Mochilão Austral!!

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Agora nosso aventureiro está estudando para o "vestibular para pinguim"... O resultado?? Quem "suber", morre!!
Durante o último mochilão (janeiro a fevereiro de 2010) conheci muitos hermanos argentinos pela Bolívia e Perú, e quando eram informados que iria passar pelo norte do seu país, a grande maioria dava dicas de quais os lugares interessantes de se conhecer, e faziam convites fervorosos para visitar suas cidades e alguns  colocavam suas casas à disposição para hospedagem...

 
À medida em que o tempo passava e o final da aventura ficava evidente, percebi que o tempo que me restaria para visitar a Argentina era a milionésima parte do desejável para desbravar o que havia até mesmo no norte do país.
Quando finalmente cruzei a fronteira entre Villazón (Bolívia) e La Quiaca (Argentina), dei de cara com uma placa que indicavam 5.121km até Ushuaia (a cidade mais ao sul do planeta), na terra do fogo,  ou ainda, o Fim do Mundo!! A partir de então, não havia mais dúvidas sobre o próximo destino, tanto que, dias depois em Buenos Aires, comprei uma bota Salomon com goretex (indicada para ambientes com neve), para amaciá-la durante o ano e tê-la em "ponto de bala" no ano seguinte.


Dentre os lugares interessantes que gostaria de visitar na próxima expedição estão: Foz do Iguaçú,  Missiones, Asunción, Salta, Tucumán, Córdoba, Buenos Aires, Mendoza,  Uspallata, Bariloche, Perito Moreno, Ushuaia, Punta Arenas, Torres del Paine, Santiago, Los Andes e Valparaíso.

Desde que voltei para casa, passei a trabalhar neste novo projeto, seguindo o seguinte programa:

1- Trabalhar imediatamente para sanar as deficiências da última viagem, providenciando materiais (roupas, equipamentos, etc.) que não funcionaram adequadamente ou que fizeram falta e testá-los durante o ano para evitar surpresas desagradáveis na hora "H".

2- Estudar mais sobre a região a ser visitada, coisas como clima, cidades a serem visitadas e locais de interesse. Fazer um levantamento das atividades possíveis.

3- Verificar se existe ainda algum equipamento necessário para adquirir e testar.

4- Fazer uma avaliação de quanto tempo e dinheiro terei disponível e depois fazer reservas em passeios e parques a serem visitados. Montar um roteiro detalhado da aventura, com datas definidas.

5- Comprar passagens com pelo menos 2 meses de antecedência à data da viagem para obter bons descontos. e não esquecer de recarregar o cartão do mochileiro, o Visa Travel Money.


Alberto Jr.
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Pedal em Itaberaba

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Neste mês de abril, após o pedal Salvador - Nazaré - Cruz das Almas de 150km, percorrido em dois dias com bagagem, dei uma aliviada nas frequência das atividades para ver se reponho os quilos perdidos desde o mochilão pela América do Sul. 
De qualquer forma, não posso perder de vista o projeto do pedal Salvador-Aracajú, a ser realizado juntamente com Felipe em breve.
Pedalar à noite ou bem cedo pela manhã em Itaberaba nos últimos meses, além de estar ajudado a manter um bom condicionamento físico,  também tem sido uma boa forma de aliviar o stress para manter um bom desempenho no trabalho, além de matar o tempo. Neste domingo pela manhã o colega Sérgio e eu realizamos um pedal de 25km ao longo da rodovia estadual recentemente inaugurada pelo governador Jaques Wagner, ligando Itaberaba à Ipirá.
Seguimos de Itaberaba  no sentido Ipirá, conseguindo desenvolver boas velocidades, já que a rodovia está em ótimas condições de tráfego e o fluxo de veículos é  bem reduzido.

Pudemos apreciar as belas paisagens existentes no percurso, dentre elas a vista que tivemos ao cruzar a primeira ponte em direção a Ipirá, então aproveitamos para tirar umas fotos bacanas.

Até a próxima!!

Alberto Jr.
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Trilha Itaberaba - Sítio Água Viva

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Logo depois de iniciar os treinos com a nova bike, a viuvinha, tive de embarcar numa campanha de campo de geologia baseada em Itaberaba, então, não pensei duas vezes... Desmontei a magrela e coloquei em cima da pick up da empresa e lá chegando aproveitei bastante as horas vagas para treinar, principalmente na avenida principal com aproximadamente 2km, ligando a BR-242 ao centro da cidade. Pra minha surpresa, a prefeitura havia acabado de contratar uma empresa para renovar todo o asfalto desta avenida e o pedal ficou ainda mais interessante. Uma noite depois de chegar ao centro da cidade, entrei na Farmácia Helirene para comprar algumas coisas e foi quando o farmacêutico fez contato comigo, perguntando de onde eu vinha e o que fazia ali. Expliquei sobre o meu trabalho e ele me disse que se chamava Geraldo e que além de ciclista também era enfermeiro da ACI-Associação de Ciclistas de Itaberaba. Com o intermédio dele fui conhecendo todo o pessoal da associação, e também da ITA BIKE e os  demais ciclistas que estavam sempre em atividade pela cidade.

Nesta época eu estava trabalhndo com uma pick up que ocasionalmente apresentava defeito e nestes períodos eu tinha de fazer trabalhos de escritório e aproveitava as horas vagas para pedalar ainda mais.

Numa dessas ocasiões, pude integrar a equipe de mountaibikers de Itaberaba e participar de uma das trilhas de final de semana que eles sempre realizavam e o trabalho não me permitia participar, apesar dos constantes convites.

Eu estava sempre agilizando as tarefas de escritório de forma a possibilitar  participar de uma das trilhas e cuidar dos trabalhos quando voltasse, assim, no domingo 21/03/2010  acordei cedo, me "fantasiei" de ciclista, tomei um café da manhã mediano e segui para o ponto de encontro por volta das 7h da manhã. Dentre os colegas estavam Geraldo, Mineiro, Bocão e Sérgio. Foi decidido que iríamos fazer o percurso de 30,5km até o Sitio Água Viva, localizado depois da Serra Verde 1.
O percurso foi tranquilo, com trecho inicial asfaltado, com más condições de rodagem e na sequência, vicinais com pavimentação de areia e cascalho. Fomos bem recebidos no sítio pelos proprietários Dona Vera e Seu Edivaldo que é o dono do Hotel e Restaurante que servem de ponto de apoio aos ônibus que vão para Lençóis.


Ficamos maravilhados com o lugar que foi sugerido para ser um dos pontos de encontro periódicos dos ciclistas da ACI. Depois de nos deliciarmos com muitas frutas existentes ali, fomos relaxar no rio  que passa ao lado. Entramos na água e nos juntamos aos demais hóspedes da casa, foi quando Seu Edivaldo mandou uma caixa térmica repleta de cervejas. Para mim foi a gota d'água, então esbocei um leve sorriso e falei com uma voz arrastada de preocupação "pelo amor de Deus, alguém me diga como vou sair daqui...". (risos).


Quando iamos nos despedindo, Seu Edivaldo exigiu nossa presença no banquete do almoço, então "filamos" o rango, chupamos mais algumas frutas e tomamos o caminho de volta para a cidade. Depois, Geraldo e eu fomos à praça principal da cidade, tomar um açaí na tigela. Na sequência, nos despedimos e voltei para o hotel para cuidar dos afazeres.

Alberto Jr.
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QUASE!!!

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Quase…

Luis Fernando Veríssimo

 

 

Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase.

É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi. Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou.

Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono.

Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cór, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos “Bom dia”, quase que sussurrados.

Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz. A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai. Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são.

Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza.

O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.

Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance; para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência porém, preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer.

Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma.

Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance. Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar. Desconfie do destino e acredite em você.

Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que lanejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu.

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SSa - Nazaré - Cruz das Almas

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Pedal Salvador - Nazaré - Cruz das Almas

Fazia um tempo que queria iniciar minha carreira como ciclo-turista, e como diz Paulo Coelho em “O Alquimista”, o universo conspira sempre ao seu favor, então, foi que ao chegar em Foz do Iguaçú em meados de fevereiro deste ano, voltando ao Brasil, depois de um grande mochilão pela América do Sul, conheci o Rui Barros, um ciclo-turista nascido nas Ilhas de Cabo Verde e que já estava a mais de um ano e meio viajando pelo mundo com sua bicicleta, carinhosamente batizada de Coline transportando uma bagagem de aproximadamente 40kg, dentre roupas, equipamentos, barraca, alimentos, etc. Eles também estavam entrando no Brasil, depois de percorrerem a Argentina, fiquei sabendo dos planos de ir ao Rio de Janeiro e posteriormente, Salvador. Foi aí que fiz o convite para ficarem uns dias lá em casa, quando eles estivessem de passagem pela terrinha.
No dia seguinte, fui à Ciudad del Leste, onde comprei dois grupos de transmissão Shimano, linha Alívio, além das peças para montar uma bicicleta quando voltasse a Salvador. Dei prioridade às coisas mais leves e que não ocupassem tanto volume, por isso não comprei quadro, suspensão, aros nem raios, mas comprei camisa e luvas e para mim e 2 camisas para os primos Marcelo e Felipe.
Assim que voltei pra casa, conversei com Renan, um ciclista que Felipe e eu conhecemos durante os pedais pela cidade e ele me indicou a bicicletaria News Bike de Reinaldo, seu amigo. Marcamos um dia e fui até a loja (pedalando é claro) com a minha velha bicicleta e com todos os apetrechos na mochila. Renan me mostrou o quadro semi-novo Venzo MX-2 6061 Alloy branco com detalhes pretos que ele havia me dito que estava com um preço bom, além disso. Reinaldo fez um orçamento e acrescentei uma suspensão semi-nova que Renan havia acabado de trocar da sua bicicleta, fiquei satisfeito com o casamento com todas as outras peças GTS que havia comprado no Paraguay, e o investimento resultaria numa bike classificada na categoria esportista amador pela escoladebicicleta.com.br (acima disso, somente profissional). Ficou combinado que no dia da entrega, seria a vez de deixar a bike velha para fazer uma renovação geral, então Reinaldo fechou a loja e fomos à Ribeira tomar uma cervejinha. Mais tarde me despedi e iniciei o pedal pra casa, mas não foi possível ir tão longe, pois a velha magrela trancou o eixo traseiro dentro do túnel Américo Simos. Liguei pro Renan, e ele me deu um socorro com o carro de sua mãe até a meu apartamento, onde fizemos um negócio com algumas peças do outro kit Shimano Alívio como pagamento da suspensão da minha bike nova. Como ele iria colocar estas peças na sua bike, ficou combinado que ele iria repassar as usadas para o Reinaldo colocar na minha Bike velha e assim teria uma bicicleta nova e mais cara para andar em grupo e uma bicicleta mais velha e barata para andar sozinho.
Dias depois nascia a viuvinha, lindona. Fui buscá-la juntamente com Felipe e Rui e a trouxemos desmontada no ônibus. Nos dias seguintes Rui e eu fomos pedalar pela cidade e fizemos no primeiro dia 65km e no dia seguinte furei um pneu e nos perdemos, mas creio que fiz uns 70km pela cidade de Salvador. A bike mais velha levou alguns dias mais para ficar pronta, mas ficou irreconhecível, tamanho foi o carinho com que foi tratada na News Bike.
Tínhamos o plano de ir pra Feira de Caxixis juntamente com Renan e como Felipe ainda não havia montado a sua bike, ele iria com a minha velha bike. Fizemos todos os preparativos, comprei alguns acessórios e combinei com Rui para que ele retardasse um pouco a sua partida e fosse junto conosco. O evento ocorre na semana santa, em Nazaré, no Recôncavo Baiano, então seria muito oportuno seguir mais 75km de lá para Cruz das Almas, onde vive minha mãe e fazê-la uma surpresa.
Renan teve uma crise de cálculo renal e teve de ser internado nas vésperas da viagem, então prosseguimos com os preparativos, fizemos os últimos ajustes nas bikes e na quarta-feira 31/03/2010 fomos pra cama já fantasiados de ciclistas.

Dia 01/04/2010 (Quinta-feira)
Levantamos às 3:30h da madrugada de quinta-feira, tomamos café da manhã reforçado, arrumamos as bagagens nas garupeiras, conferimos tudo, descemos a escadaria do prédio e saímos às 5:00h. No primeiro quilômetro uma garrafa de gatorade caiu da bagagem de Rui, ele olhou para trás, se desequilibrou e levou um tombo. Passado o susto, continuamos o pedal até o terminal de São Joaquim, onde chegamos por volta das 6:00h. Passamos toda a fila de carros que aguardavam embarque, compramos nossos bilhetes por pouco mais de R$11 e seguimos até a plataforma, onde encontramos um grupo de motociclistas que ia para o Moto Festival de Porto Seguro. Uma galera muito bacana, trocamos contatos e combinamos de nos ver outras vezes.
Desembarcamos no terminal de Bom Despacho por volta das 7:00h, nos despedimos da galera e saímos na frente. Logo em seguida os motociclistas começaram a nos passar e todos buzinavam e acenavam para nós. Retribuíamos os acenos enquanto seguíamos pedalando. Cortamos toda Ilha de Itaparica, num percurso tranquilo e com relevo suavemente ondulado. A coisa mudou um pouco ao atravessarmos a ponte que liga a Ilha ao continente, mais ao sul e começamos a subir e descer umas ladeiras mais íngremes. A última de todas foi a pior. Abri uma pequena diferença dos demais e ao final da ladeira descobri uma tenda com água de côco bem gelada e doce ao valor de R$1,00. Já havia bebido duas delas quando Felipe chegou e nem acreditei, mas além de saborear a água de côco pela primeira vez, ainda teceu elogios. Rui demorou alguns minutos mais, e foi quando o avistamos empurrando Coline, ladeira a cima. Ele disse que tinha tido problemas com o cassete, e não podia fazer mudanças. Eram por volta das 11h da manhã. e estávamos na zona rural da cidade. Seguimos mais 1km até a entrada do núcleo urbano e adentramos as ruas de calçamento, chamando a atenção de todos pela cidade e o odômetro marcava 75km, correspondendo à distância que haviamos pedalado desde o CABULA, num pedal de aproximadamente 4h.
Demos uma rápida olhada na feira de artesanato e fomos até a prefeitura onde procurei Milena, acessora de comunicação e ela nos colocou em contato o Sr. Rouxinol, que iria nos encaminhar para um espaço onde iriamos acampar. Milena aproveitou e fez uma rápida entrevista conosco e o fotógrafo Roque Medeiros tirou umas fotos nossas para colocar no site oficial da prefeitura (www.nazare.ba.gov.br).
Nos recomendaram almoçar no restaurante do Jacaré, e lá chegando pedi uma Skol bem gelada enquanto aguardávamos os pratos feitos de carurú com arroz e ensopado de peixe muito bem servidos ao valor de R$6,00. Rui adorou a comida e disse que havia carurú também em Angola. Claro que não podia faltar um Guaraná Antárctica para reanimar Felipão!!
Ficamos perambulando pela cidade e à noite demos uma rápida olhada na festa, depois fomos à um centro tomar banho e voltamos ao Galpão da Prefeitura onde estávamos alojados. Imediatamente, iniciou uma forte chuva que durou toda a noite, nos impossibilitando de voltar para a festa. Estávamos perto do evento, mas parece que ninguém na cidade teve coragem de sair naquela chuva. Dormimos feito pedra.

Dia 02/04/2010 (Sexta-feira)
Acordamos por volta das 5:00h na manhã e arrumamos as coisas. Rui partiu 20min antes de mim e Felipe, então saimos em busca de uma lanchonete onde pedimos 2 eggburgeres e duas vitaminas de banana. Aproveitei pra comprar 3 garrafas de água mineral de 1,5 litros cada, enchemos os cantis e terminamos de instalar o meu ciclo-computador (tarefa iniciada na noite anterior). Tomamos o café da manhã e seguimos para a feira livre onde ganhamos de um feirante uma dúzia de bananas e uma rede de tangerinas. Agradecemos ao bom senhor e seguimos pela cidade, chamando a atenção de todos, como sempre. Tiramos uma foto legal em uma das pontes que cortam a cidade e seguimos viagem.
Eram 7:45h quando de fato saímos da cidade e tomamos a estrada para Santo Antônio de Jesus. Logo o céu abriu e indicou que seria um dia bem quente. De cara pegamos uma subida na qual comecei a pensar que não iria completar o percurso. No fundo eu sabia que iríamos subir bastante na topografia mas não esperava que o percurso tivesse de ser similar ao de uma montanha russa, com tantas subidas e descidas, e por conta disso, baixamos bastante o rendimento e tivemos de fazer mais paradas. Percebi que Felipe estava bem mais cansado e, apesar de estar levando maior peso, eu sempre abria maior distãncia que no dia anterior, então parava ao final de gandes subidas para recobrar o fôlego e aguardá-lo. Fazíamos paradas a cada 30min ou a cada 10km de percurso, para descansar e comer algo, e posteriormente, a cada 15km, nos postos de gasolina, onde reabastecíamos os cantis, bebiamos água de côco, lavávamos rosto, molhávamos capacetes, cabeça e até as roupas. Em algum momento passamos por um povoado onde disseram a Felipe que havia passado um pouco mais cedo, outro ciclista com a bicicleta cheia de "malas", era Rui.
Paramos no posto BR em Santo Antônio de Jesus, onde fizemos contato algumas pessoas que queriam saber de onde vinhamos e qual nosso destino. Aproveitei para ligar para minha mãe e informei onde estávamos.
Seguimos viagem e quase levo um tombo em um trecho onde o acostamento estava todo esburacado e tentei subir para a pista, mas o desnível era muito alto, então, segurei no freio e precisei bater o pé esquerdo duas vezes no chão para mantes o equilíbrio. Em seguida, chegamos ao entrontomamos com a BR-101 que estava com boas condições de tráfego e com acostamento em perfeita condições, então senti que iriamos desenvolver um rítmo melhor e tínhamos uma chance de ter energias para chegar em casa pedalando.
Tomamos o sentido sul, mas logo percebi o engano e fizemos a correção e em seguida percebi que estava com o pneu furado, então, fiz sinal "via apito" para Felipe que ia um pouco à frente. Iniciei os procedimentos de emergência e depois de trocar a câmara de ar e pôr o pneup no lugar, descobrimos que a câmara estava torcida e por isso, não enchia, então, refiz todo o processo. Finalmente, 20min depois estávamos rodando outra vez.
Na sequência, após a segunda subida passamos por Rui que estava fazendo alongamentos debaixo da cobertura de um ponto de ônibus do outro lado da estrada. Felipe não o viu, mas acenei e gritei alguma coisa logo que o notei e segui viagem. Alguns minutos depois paramos para descansar no posto de gasolina logo após o entroncamento de São Felipe. Novamente, usei a mangueirinha do posto para me refrescar e repentinamente caiu uma chuva pra refrescar e aproveitamos para fazer uma boquinha. A lanchonete era bem mixuruca e a melhor opção foi dois pastéis com refrigerante para cada um.
Fiquei sempre atento para ver se avistava o Rui mas ele continuava para trás. Voltamos a pedalar e observei que não pegamos mais nenhuma subida monstruosa, então, fizemos os últimos 17km até Cruz das Almas sem fazer nenhuma pausa. Chegamos arrasados em casa, por volta das 14:00h, onde todos estavam nos aguardando anciosos, só não imaginavam que fossemos chegar tão fedidos. Contamos rapidamente como foi a aventura e seguimos para o banho, enquanto nossas mães arrumavam a mesa para a ceia, em seguida comemos, bebemos e conversamos bastante e 1h depois chegou Rui, bem cansado. Fui recebê-lo e o apresentei a todos, depois ele foi pra ducha e finalmente, sentou-se para comer.
Estávamos muito cansados, então passamos o resto do dia descansando, da mesma forma que o sábado de páscoa e resolvemos seguir no domingo de ônibus para Salvador.
No domingo bem cedo levamos Rui à rodoviária, onde ele embarcou no ônibus para Itaberaba e mais tarde, após o café da manhã, fui com Lorena ao centro da cidade sacar uma grana e providenciar papelões para embrulhar as bicicletas para viagem.
Na volta passamos na rodoviária e compramos passagens (R$19,65 cada) para partirmos às 15:30h. Voltamos para casa, tomamos banho, almoçamos e seguimos com roupa de ciclista e capacete para o embarque. A viagem foi tranquila, mas com bastante tráfego e desembarcamos por volta das 20:00h (2:30h a mais que o normal) no terminal rodoviário de Salvador. Arrumamos as bagagens e pedalamos 30min até chegar em casa. Antes de entrar no condomínio comemos aquela pizza e levei ainda umas 3 fatias para geladeira.
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