Sábado, 26 de junho de 2010
Depois de curtir as festas juninas com grande parte dos familiares em Cruz das Almas/BA desde o dia 23 de junho, parti pela BR-101 no início da tarde do dia 26 em direção ao litoral nordeste. Peguei entroncamento na altura de Esplanada/BA e segui até Conde, onde tomei a BA-099 (mais conhecida como linha verde). As condições climáticas não favoreciam pernoitar em Mangue Seco, então segui para Indiaroba/SE onde acampei num posto de gasolina após fazer mercado no centro da cidade.
Domingo, 27 de junho de 2010
Acordei às 5:15h, levantei acampamento, tomei café-da manhã e segui viagem até a praia de Atalaia, Aracajú/SE, onde acampei no Camping Clube Brasil, uma grande rede de campings com uma estrutura formidável. Aproveitei para descansar e à noite fui à orla, onde assisti a uma partida de hockey sobre patins.
Segunda-feira, 28 de junho de 2010

Acordei às 6:15h, coloquei na mochila pequena umas coisas que iria precisar durante o dia, juntamente com os documentos e manual da moto (de onde memorizei 2 endereços de autorizadas Honda) e fui levá-la para revisão de 15mil km. Adorei a experiência de rodar pela cidade procurando aqueles endereços. Depois de verificar que a lista de espera da Moto Pop era muito grande, a deixei na Aribé Motos e na saída, passei no G. Barbosa onde comprei umas provisões e na saída, tomei café-da-manhã no banco de um terminal de ônibus desativado. Foi uma experiência incrível aprender a andar de ônibus pela cidade. Claro que tive algumas dificuldades, mas consegui chegar até Atalaia de onde segui caminhando de volta ao camping, sendo que no caminho o anúncio do depósito de babidas do sr. Balbino em meio à calçada me chamou a atenção. Não poderia perder aoportunidade de comprar uma cerveja e conhecer o seu dono. Na saída aproveitei para comprar álcool no posto de gasolina mais próximo.
Terça-feira, 29 de junho de 2010

Acordei por volta das 6:00h da manhã, tomei um banho, peguei umas coisas e fui passear pela orla de Atalaia onde visitei um largo com esculturas em metal de figuras importantes que fizeram a história do estado de Sergipe. Com aquela insipração, não podia deixar de sentar para tomar café-da-manhã e escrever ali. Observei que muitos turistas ali chegavam, tiravam fotos e sequer olhavam os nomes daquelas figuras, muito menos a tabuleta com o resumo de suas vidas. Num dado momento apareceram dois garotos que além de chamá-los por seus nomes, conversavam com eles, lhes dando atenção. Fiquei impressionado com a sensibilidade daqueles garotos que estavam literalmente vagando pelas ruas sem seus pais terem noção de que estavam do outro lado da cidade. Mais tarde ao fazer o caminho de volta ao camping, tirei umas fotos bacanas na praia e me preparei para ir buscar a motoca que ficou pronta naquela tarde. Achei muito interessante a experiência de aprender a andar de ônibus em Aracajú e fiquei impressionado com a quantidade de ciclovias que cortavam boa parte da cidade.
Quarta-feira, 30 de junho de 2010
Acordei às 5:15h da manhã, e como estava chovendo fiquei na barraca, depois saí pra tomar café-da-manhã,

levantei acampamento e já ia sair quando começou uma fina chuva. Apostei que não poderia aumentar e perdi feio, pois mal dobrei a primeira esquina quando fui apanhado pelo maior dilúvio que me acompanhou por 2km até o posto onde abasteci a motoca. Na sequência, visitei alguns pontos turísticos e segui para o norte pela BR-101, desviando à direita no norte do estado para o povoado de Brejo Grande no litoral, de onde fiz uma trilha pelos povoados de Brejão e Saranem até alcancar a foz do rio São Francisco e depois segui de volta à Brejo Grande, onde já cheguei anoitecendo. Segui até o local da balsa e me informaram que ela estava a caminho. Já estava muito escuro quando atravessamos o velho chico para Piaçabuçú/AL, onde intencionava pernoitar, mas foi quando fiz amizade Claiton, um rapaz bem conhecido e morador da região que ia seguir para norte até Coruripe/AL. Apesar de ser noite e do cara ter dito que iríamos tomar um desvio até o povoado onde ele morava (Bom Sucesso) achei interessante aquela aventura e segui com ele. Assim, tomamos uma vicinal, que por conta das chuvas que arrasavam o estado de Alagoas estava cheia de poças, alguns trechos com lama, e cheguei por duas vezes a perder o equilíbrio e só não caí porque pus os pés na lama!! Passamos na casa dos tios de Claiton e conheci aquelas amáveis pessoas. Daí ele trocou de roupas e disse que seguíriamos por asfalto até Coruripe, e foi quando descobri que lá iria acontecer o último dia de festa daquela que é a cidade que tem o maior São João do estado. Passamos por Pindorama/AL e quando chegamos em Coruripe paramos no posto de gasolina BR que havia na entrada da cidade e combinei com o vigilante sr. Luís um local pro meu acampamento, depois chegou um amigo do claiton também de moto e fomos ao centro tomar umas gelosas, onde encontramos mais outros amigos dele. Mais tarde voltei ao posto pra me "hospedar", troquei de roupas e segui pra aproveitar um pouco da festa.
Quinta-feira, 01 de julho de 2010
Segunda-feira, 28 de junho de 2010
Terça-feira, 29 de junho de 2010
Quarta-feira, 30 de junho de 2010
Acordei às 5:15h da manhã, e como estava chovendo fiquei na barraca, depois saí pra tomar café-da-manhã,
Quinta-feira, 01 de julho de 2010
Sexta-feira, 02 de julho de 2010
Acordei por volta das 9:00h e fui ao G. Barbosa fazer compras onde fiquei impressionado com o tamanho do bicicletário. Na volta me deliciei com o maior banque na mesa do camping. A administração colocou uma TV ao ar livre para assistir ao jogo da seleção brasileira com a holanda e resolvi acompanhar enquanto tomava café-da-manhã. Curiosamente aquele foi o único jogo da seleção "Dunga" que assisti e, curiosamente foi o jogo da nossa desclassificação. O tempo que fiquei em Maceió tive aquele imenso camping só para mim. Muito legal, pois parecia que estava acampando no jardim da minha casa.
Sábado, 03 de julho de 2010
Domingo, 04 de julho de 2010
Acordei tarde, por volta das 10:30h, fiz um desjejum com frutas e chocolate quente e depois coloquei outras frutas, e pão de centeio na moto e fui fazer uma pequena trilha pela praia e arredores, até que encontrei um estuário onde resolvi sentar numa sombra para apreciar a natureza, escrever e mais tarde comer. Posteriormente segui os 4km pela praia até o Porto de Galinhas, onde sentei pra escrever, ler e fotografar. Foi muito legal treinar equilíbrio na moto naquela praia pois a areia era bastante solta.Ao final do dia, voltei pro camping, onde fiz contato com outros mochileiros enquanto fazia a janta. Mais tarde retornei à praia do Porto onde tomei algumas cervejas e ao voltar pro camping, tomei uma garoa que me deixou molhado o suficiente para sentir o maior frio e me tremer todo em cima da moto.
Segunda-feira, 05 de julho de 2010
Acordei por volta das 5:30h da manhã para ver um belo nascer-do-sol. Ao voltar ao camping para o café-da-manhã fui atacado pelo Jacaré que estava com fome, ô coitado. Expliquei que tinha família e que meus amigos iriam tirar o maior sarro se soubessem que um jacaré tinha me comido então ganhei "Jaquinho" quando ofereci uma parte do meu café-da-manhã. Então me despedi da praia de Maracaípe, seguindo por um desvio com estrada de chão, depois passando pelo Porto de Galinhas, e foi quando observei que o velocímetro não marcava velocidade nem as quilometragens. Ainda tentei resolver numa cidadezinha próxima mas só em Recife/PE que constataram que o cabo do velocímetro estava quebrado. Também descobri que naquela autorizada o pneu traseiro da minha XR-250cc Tornado custava quase a metade do valor que em autorizadas de Salvador, então imediatamente comprei um novo e pedi para trocá-lo. Ao final havia perdido uma manhã em Recife e na sequência passei por Olinda, nunca encontrando um camping, então resolvi seguir para norte muito feliz por ter me livrado do trânsito infernal daquelas duas cidades, com condutores mal educados (e que lembravam muito Salvador). Segui para Ilha de Itamaracá e parei logo após cruzar a ponte que a separava do continente, pois aquela vista me fazia sentir outra vez o poder da natureza, foi quando concluí que a decisão de "fugir" de Recife e Olinda foi muito acertada. Na sequencia, fiz uma trilha bacana no caminho para a Vila Velha, tomei um desvio até um lago muito bonito nas imediações de um povoado. Depois fui até o mirante do povoado de Céu Azul e logo mais, segui até o Forte Orange, onde fiz contato com os vigilantes e montei acampamento ao lado da barraca de vigilância que havia em frente àquela fortificação, construída pelos portugueses sobre ruínas de um forte holandês da época das invasões. Fiz a janta e após me fartar, o cansaço asociado aos fortes ventos que ali chegavam me desestimularam a remota idéia de tomar banho.
Terça-feira, 06 de julho de 2010
Acordei por volta das 6:20h e percebi havia perdido o nascer-do-sol, fui ao banheiro público, tomei café-da-manhã e como não caía água no chuveiro, tomei um balde emprestado de um nativo lavador de carros que estava por ali e usei para tomar um banho. Posteriormente levantei acampamento e saí para explorar um pouco mais a Ilha antes de partir, sendo que a primeira atividade foi visitar as instalações internas do Forte Orange , que no dia anterior estava prestes a fechar quando cheguei lá. Chegando ao Engenho do Amparo conheci os srs. Jorge e Bira e o primeiro me contou alguns detalhes da história local, e como um incêndio destruíu o engenho do Amparo 10 anos antes. Ele também falou sobre o processo de tombamento da Igreja de Nossa Senhora do Amparo pelo IPHAN, mas cujo lento processo burocrático e rápida ação do tempo e dos saqueadores foi responsável por transformá-la em ruínas, ao invés de restaurá-la. Assim, pode-se dizer que a igreja do Amparo realmente "tombou". O sr. Jorge ainda acrescentou que Rubinho, atual prefeito de Itamaracá é um historiador que tem prazer em passar seus ensinamentos a quem quer que o procure. Na sequência, visitei a Vila de Nossa Senhora da Conceição, conhecida como Vila Velha, sede da antiga capitania de Itamaracá, fundada pelos portugueses no século XVI e que foi ocupada pelos Holandeses no ano de 1631. Ao final rumei direto para João Pessoa, onde visitei a catedral no centro histórico e peguei o mapa turístico daquela cidade tranquila e que aos poucos me deixou muito à vontade para inclusive rodar pela primeira vez sem jaqueta e luvas. Acampei na ponta do Seixas, novamente no Camping Clube Brasil. À noite fui beber umas caipiroskas na orla e observei que haviam pontos onde era possível alugar bicicletas num sistema muito moderno e automatizado onde o cliente utilizava um fone e um código para contactar a central que destravava a bicicleta e que após o percurso podia ser devolvida em outro ponto com o mesmo tipo de bicicletário.
Quarta-feira, 07 de julho de 2010
Acordei às 4h da manhã pra ser o primeiro americano a ver o sol nascer no ponto mais oriental da América, na ponta do Cabo Branco, onde há um Farol da Marinha. Anastácia e Ana chegaram logo em seguida para presenciar aquele fantástico espetáculo. Mais tarde fui circular de moto pela cidade e pude comprovar que o comportamento dos nativos no trânsito era de extrema educação. Rodei quilômetros sem luvas e jaqueta pelo litoral norte e sul da cidade. Observei também que as pessoas demonstravam tranquilidade mesmo ao serem abordadas nas ruas por um estranho de moto para lhes pedir informações. Ao voltar ao camping pude conhecer melhor meus vizinhos. A maioria eram aposentados que viviam em moto-homes, viajando pelo Brasil, de camping em camping. O seu Guilherme (mineiro) disse que conhecia todas as praias baianas e me deu algumas dicas de destinos. Desde que sua esposa faleceu um ano e meio atrás, ele não parou mais de viajar. Seu Sérgio e dona Mari (paulistas) estavam viajando há mais ou menos 2 anos e tinham um moto-home ônibus, onde tinham tudo que prrecisavam e me aconselharam entrar na "família" investindo na minha qualidade de vida, adquirindo um moto-home para os trabalhos de geologia. Seu Konishi e dona Marisa (paulistas descendentes de japoneses) estavam viajando a 3 anos e disseram que até bem pouco tempo atrás estavam acampando de barraca. Eles também tinham um filho geólogo que havia nascido doze dias antes de mim e que estava trabalhando com perfuração de poços tubulares, atendendo demandas pelo Brasil. Fiquei muito feliz por ter aquele contato com a vida de um campista de moto-home, principalmente por ter recebido tantas dicas de gente tão amável. Adiei minha partidapor conta das chuvas que caíram naquele dia, o que foi bom pra descansar.
Quinta-feira, 08 de julho de 2010
Acordei cedo, levantei acampamento, tomei café, me despedi dos vizinhos e peguei a BR-101 nos sentido norte em direção à Natal. Quilômetros à frente, tomei um acesso à direita que me levou por praias lindas, até que cheguei na praia da Pipa/RN, depois subi até as falésias (chamadas de Chapadão), de onde tirei umas fotos legais. A partir daí, segui até a sede municipal de Timbaú do Sul, onde segui sem parar para a praia onde ficava a balsa que suspendeu a rampa e partiu assim que subi com a moto, como não houve parada ali, ficou até parecendo alguma cena de filme. Assim que atravessamos a
Lagoa Guaraíras iniciei uma das mais difíceis trilhas que ja fiz: 4km com carga pela areia da praia e campo de dunas. Cheguei até a pensar que não fosse conseguir. Os bugres partiram na frente e abriram grande vantagem, sumindo do mapa. Ainda tentei adentrar mais as dunas e encontrar algum trecho com mais aderência, mas a areia era muito fina, seca e solta. Minutos depois baixei de 23 para 8libras/pol² a calibragem dos peneus o que me permitiu ganhar aderência e só assim finalmente consegui progredir. Mais adiante encontrei o acesso na praia que levava ao povoado onde sabia que havia asfalto pela beira mar, no sentido norte até Natal. Quando subi a rampa da praia de camurupim haviam alguns garotos sentados conversando e todos ficaram me olhando talvez imaginando de onde havia saido "aquele maluco" de moto. Cruzei todo o povoado até encontrar a pista asfaltada, por onde segui até dar um rápido desvio na rota para conhecer a Lagoa do Arituba, voltando logo em seguida. Adiante encontrei uma borracharia onde calibrei novamente os pneus para 22lb/pol².
Sexta-feira, 09 de julho de 2010
Sábado, 10 de julho de 2010
Acordei às 4h da manhã para cuidar dos preparativos da grande viagem de volta que seria de pelo menos 1.100km e seria realizada em dois dias. Claro que toda a pressa não justificaria perder o nascer-do-sol, que como era esperado, foi magnífico. Logo em seguida, tomei café-da-manhã, tirei a mochila de dentro da barraca, juntamente com os equipamentos de motociclismo e por fim, desarmei barraca no exato momento em que fui surpreendido por uma chuva torrencial de forma que tive de colocar a jaqueta da moto às pressas enquanto pensava comigo mesmo "faz parte da aventura". Em poucos minutos já estava todo molhado e, mesmo assim, segui com os preparativos. Terminei de dobrar a barraca, coloquei a capa de chuva da mochila, amarrei tudo na moto, me despedi do seu Barbosa que estava ali em frente e que me falou pra deixar o saco de lixo na sua porta, pois logo mais o coletor iria passar. Eram 6:30h quando parti pela praia de Genipabú, agora pelo povoado de Santa Rita e segui com uma vista maravilhosa da cidade de Natal em direção à ponte que ligava o litoral norte com aquela cidade tão atrativa, tranquila e bacana. Fui até a base da ponte, onde ficava a balsa só pra ter idéia do tamanho e altura daquela mega-construção, depois dei a volta e atravessei a ponte para Natal. Domingo, 11 de julho de 2010
Segui até a entrada de Maceió/AL, onde tomei a direção de Aracajú/SE. Passei por várias áreas de plantio de cana-de-açúcar e usinas produtoras de açúcar, cachaça e álcool combustível, bem como alguns poços e unidades de produção de petróleomas antes de entrar no estado de Sergipe vi umas ruínas interessantes de uma pequeno oratório ao lado de um bueiro de um engenho que já não existia mais, na beira de um rio. As chuvas deram uma trégua e pude ver um belo arco-íris que se formou, de um lado a outro da pista e foi quando resolvi sair da estrada e entrar na trilha!!! Fui muito bem recebido pelos moradores do acampamento Pau Amarelo (de sem-terras), os quais me deram algumas informações sobre o lugar. Não podia deixar de ficar maravilhado com aquelas ruínas, que tinham para mim um valor inestimável. Novamente me veio à cabeça a idéia de adquirir uma outra máquina fotográfica para melhorar a qualidade de minhas fotografias. Me disseram que havia outra ruína ali próximo, mas desisti de acessá-la por conta do horário avançado, da distância que ainda havia de percorrer e das chuvas que certamente ainda iria pegar no caminho, e por último pensei nas dificuldades daquele terreno de massapê escorregadio igual a quiabo e cheio de poças de lama. Enfim, retomei a BR-101 e segui pra mergulhar na chuva que havia imaginado antes. Minhas botas impermeáveis logo ficaram cheias de água que passava pela calça djeans e mais uma vez fez falta a aquisição daquela calça impermeável Alpinestar que não concretizei alguns meses antes da viagem. Mesmo assim segui até o próximo posto onde faria reabastecimento, de forma que aproveitei a pausa para comer e torcer as meias. O frentista me conseguiu algumas folhas de jornal velho que absorveram bastante umidade de dentro das botas enquanto fazia meu lanche. Segui viagem e fiz outro reabastecimento em Indiaroba/SE, local do primeiro acampamento duas semanas antes. O frentista lembrou de mim, perguntou até onde havia ido e como havia sido a viagem. Quando finalmente entrei na Bahia o tempo melhorou consideravelmente e não mais tomei chuva. Ainda assim não estava tão bom e não tinha tempo suficiente para passar em Costa Azul e ver Mangue Seco (visita adiada no início da viagem).
Grande abraço e até a próxima!!
Alberto Jr.