Viajando aprendemos bastante sobre o lugar de onde viemos e fazemos muitos amigos (inclusive outros viajantes), o que nos estimula a seguir viagem rumo a suas cidades para conhecê-las. O problema é que não podemos nos demorar, mas quando voltamos às nossas casas, temos mais motivos para rever estes amigos, assim, passamos a trabalhar em novos roteiros de viagens e nos lançamos com mais energia em todos os nossos demais projetos. - Alberto Jr.

Pesquisar este blog

Mochilão Austral - Ultimos preparativos...

Aqueles mêses de novembro e dezembro de 2010 foram os mais penosos de todos desde meu regresso do Mochilão Inca. Havia já um bom tempo sem tirar folgas na empresa. Corria de um lado para outro, fazendo exames períodicos da empresa, em consultas médicas, fazendo uma bateria de exames para ver como ia a saúde, regressando aos médicos para ouvir a resposta... No períodico a glicemia estava acima do normal e o médico da empresa me pediu muita atenção nisso, dias depois, em novo exame, solicitado pela cardiologista, agora realizado em outro laboratório, estava tudo normal... Aproveitei para rever minha dentista, após um ano sumido. Após algumas idas e vindas entre dentista, ortodontista e laboratórios de Raios X, consegui pôr 90% da ordem bucal em saúde (ô trocadilho infame), pois fui encaminhado para uma especialista em próteses para fazer um bloco para o primeiro molar superior esquerdo. Cacete, carnaval não era minha praia e ainda tinha de fazer um bloco?? Pra piorar, todas agendas estavam lotadas e só havia consulta para o dia 7 de janeiro de 2011, ao final da tarde, horário em que pretendia estar saíndo de casa com minha mochila de 17-18kg e de ônibus (claro né?) para ler e dormir no aeroporto e embarcar na madrugada seguinte no Mochilão Austral. Concluí que era melhor me dedicar à conclusão dos mapas e relatório final do projeto no qual estava metido (ou melhor, enforcado) na empresa. A quase impossível missão era concluir tudo e apresentar ao gerente no dia 3 de janeiro e solicitar 16 das 33 folgas que haviam no meu banco pessoal para cobrir o período de 10 a 31 de janeiro.

Minha barba estava grande e todos já estavam estranhando, ao ponto que alguns colegas me perguntaram o motivo e prontamente respondi que era pra ficar diferente, pra combinar com a forma diferente de viajar que estava planejando: viajar a dedo até a terra do fogo. É óbvio que a resposta era que estava ficando louco... Dois colegas para os quais confiei meu plano disseram que eu gostava de adrenalina, pois estava tudo "no limite" e não havia chance nem margem de erro e eu sabia disso...

Ao mesmo tempo em que tentava fechar o roteiro da viagem, dormindo sobre o mapa da América do Sul, estava lendo o incrível clássico publicado em 1957, On The Road (Pé na Estrada) do lendário Jack Kerouac e aquilo me enchia de ânimo e energia para cumprir qualquer tarefa no sonho de viver grandes aventuras mochilando mundo afora.

Havia ido à agência do Banco do Brasil da Pituba obter informações sobre o Visa Travel Money, e em casa liguei para o serviço de auto atendimento para obter melhores informações. Dias depois voltei ao banco, que encontrei fechado devido ao fato de que, justo naquela manhã o prédio da companhia telefônica OI havia pegado fogo e por isto o sistema da agência estava fora do ar (e assim continuou por alguns dias). Só pude programar uma nova ida à agência após as festas de fim de ano, na manhã da segunda-feira 27, logo após a última consulta médica da temporada. Para minha infelicidade a moto estava com a bateria estragada e, depois de alguns procedimentos, tive de subir outra vez os oito lances de escadas pra tomar banho outra vez e seguir de ônibus. A parte boa era que estava já acostumado a acordar às 5:30h da manhã e a consulta era às 9h. Cheguei às 7:15h no consultório e em alguns minutos fui atendido. A cardiologista viu todos os exames e disse que eu estava bem e que podia viajar pra onde quisesse. Era tudo que queria ouvir, então segui de ônibus para a agência do BB Pituba, a qual precisei esperar (literalmente sentado e lendo) abrir às 10h. A idéia era comprar dólares, sair com uma quantia em espécie e a outra no cartão VTM. Considerando o valor solicitado em dólares e as taxas a serem pagas ao banco para fazer o cartão VTM, IOF e os 3% sobre o valor solicitado em espécie, a transação foi fechada a uma cotação de R$1,78 no (dólar turismo), o que estava bem em conta, considerando que a Confidence, operadora do meu cartão anterior estava com taxas médias de R$1,82. Concluí que aquela foi uma grande jogada, pois agora, poderia fazer recargas no BB VTM pela internet e também por telefone.

Utilizei uma técnica mochileira para sair com aquela grana e resolvi aventurar um pouco mais. Fui ao centro da cidade procurar uma bateria nova para a moto e depois de algumas caminhadas e ligações para oficinas autorizadas e lojas de peças, concluí que estava faltando em Salvador a bateria original utilizada na minha moto. Segui de ônibus para o trabalho, onde cheguei por volta das 14h, almocei e iniciei os trabalhos. Ao final do dia, segui de carona até bem perto de casa onde cheguei com mais uma caminhada de 15 minutos. Ao final do dia, tomei uma carona de um amigo e caminhei ainda 1km pra chegar em casa, onde meus pais ficaram impressionados com todas as avenuras que lhes contei.

Dias dias depois, esqueci a moto e comecei a ir pro trabalho de bike, o que me ajudou muito a amenizar o nível de stress, até que uma semana depois conseguíamos entregar o relatório e mapas e conseguia minha tão sonhada autorização de folga!!

Grande abraço!!
Alberto Jr.

0 comentários:

Postar um comentário

 
Copyright 2009 NA ROTA DO DESTINO
Design by BloggerThemes